Política

2018:  OITO CONCORREM AO GOVERNO DO ESTADO

2018:  OITO CONCORREM AO GOVERNO DO ESTADO

2018:  OITO CONCORREM AO GOVERNO DO ESTADO

Magno Pires

            É um fato histórico e inédito na política partidária do Piauí. Nunca houve essa grande quantidade de postulantes ao Poder Executivo Estadual em eleições majoritárias.

É o forte poder da mudança política que está impondo esse registro histórico.

A sociedade e os líderes de partido não estão satisfeitos com o atual comando político-administrativo e partidário e impõeM o seu desejo de modificação em posição fragmentária, com vários postulantes, com perfis distintos; embora todos conservadores, ainda que com filiados em partido da suposta esquerda concorrendo.

E também fazendo compreender que cada segmento político-gerencial, político-ideológico, político-filosófico, com destacada abertura distinta para cada área, caracterizando sua posição política-decisória.

Concorreram, portanto, ao governo do Estado: Elmano Férrer (Podemos); Luciano Nunes (PSDB); dr. Pessoa (SD); Fábio Sérvio (PSol); Luciane Santos (PSTU); Romualdo Sena (DC); Walter Alencar (PSC); Wellington Dias (PT).

Em 1994, e este ano é relevante na política majoritária do Piauí, a eleição vitoriosa de Mão Santa impôs inigualável derrota no histórico esquema político-partidário conservador do Piauí. O economista Átila Lira (PFL) obtinha o apoio da maioria dos deputados, prefeitos e líderes políticos, além de contar com 67% (sessenta por cento) das intenções de voto nas pesquisas eleitorais; enquanto Mão Santa possuía apenas 2% (dois por cento). Mão Santa reverteu esse quadro intensamente desfavorável à sua eleição e venceu Átila no 2º turno. Era, portanto, o princípio das mudanças que se prenunciavam no forte esquema conservador piauiense. Mão Santa tinha tudo para derrotá-lo e impôs suas linhas mestras. Era o líder inconteste.

Entretanto, logo depois, o vitorioso Mão Santa, aliou-se aos seus adversários políticos, especialmente ao ex-Senador Hugo Napoleão e ao deputado Heráclito Fortes, que haviam lhe cassado o mandato de Governador.

Contudo, em 2002, Mão Santa, ainda uma forte liderança, embora cassado, alia-se ao líder petista Wellington Dias, ajudando a elegê-lo Governador do Estado; e Mão Santa elegera-se Senador da República.

O líder Wellington Dias tornou-se, porém, o maior líder político do Piauí. Inclusive conseguindo novo mandato de governador.

O Senador Mão Santa rompeu com o esquema do petista e passou a fazer campanha radical, também contra Lula e Dilma, o que repercutiu desfavoravelmente na sua reeleição ao Senado. Mão Santa não se reelegeu Senador. Começou o seu declínio político.

Wellington Dias, por conseguinte, lidera a política piauiense, reelegendo-se Governador pela 3ª vez; e sucumbindo e sobrepondo todas as lideranças políticas do Estado. Assessoreou-se, absolutamente, de todo o esquema político. Inclusive com a escolha de Wilson Martins (PSB) para a sua Vice governança, por desistência de Mão Santa, em indicar a esposa, a pedido de Wellington.

Essa mudança na matriz política do Piauí, que acontecera com a eleição e reeleição de Mão Santa, não prosperou, ainda que sob a liderança de Wellington, porque fez coligação com todo o conservadorismo ortodoxo do Estado, levando para o seu governo/administrativo, todas as lideranças “pefelistas”. E passou a governar com todas elas, recebendo, em contrapartida, o irrestrito apoio político-partidário à governabilidade de sua gestão.

O petista, agora, parte, com aprovação embaixo à consecução do 4º mandato de Governador. Entretanto, não está fácil. Porque sua administração não está bem avaliada; diferentemente das condições das gestões passadas. Há muito desgastes. E senões: inadimplências de contrato, servidores contratados em atraso, consignados com BB e CEF também atrasados, denúncias de corrupção, chapa-pura, dissidências, especialmente do deputado estadual Edvaldo Gomes. E muitos prefeitos não querem votar na aliança governista.

Essa enxurrada de 7 candidatos concorrendo ao governo do Estado é uma revolta de segmentos da sociedade contra o ainda forte esquema petista e à falta de programas de desenvolvimento sustentável no Estado, com a criação de emprego e renda, baseado na implantação de unidades industriais, de comércio e de serviços. É o atraso político-institucional, econômico e cultural do Piauí que está impondo essa nova mudança na matriz política, e com oito candidatos ao governo.

Embora ainda distante da realização de evento eleitoral, que acontecerá em 7 de outubro vindouro, pode-se assegurar, com base nas manifestações populares, no sentimento da sociedade, nos discursos radicais dos postulantes, nas pesquisas eleitorais, na diversidade político-ideológica dos candidatos, com fortes críticas ao esquema político dominante, que a eleição será decidida em 2º turno, diferentemente do que conseguira o governador nas três eleições passadas, sempre vitoriosa no 1º turno.

O Piauí poderá não mudar a sua matriz político-partidária, com esses oito postulantes, mas a sociedade tem auxiliado aos líderes políticos que se propõem a concretizá-la, embora com retrocessos lamentáveis.

O Dr. Pessoa, o deputado Luciano Nunes e o Senador Elmano Ferrer veem se destacando nas intenções de voto na sociedade. Especialmente dr. Pessoa, que deverá ir para o 2º turno com Wellington. Opositores petistas querem descaracterizar o dr. Pessoa. Justamente porque está a frente, entre oposicionistas nas pesquisas, aproximando-se de Wellington. E também porque Pessoa tem forte perfil popular, o que incomoda e contradita Wellington.

O processo eleitoral efetivamente começa nesta semana. Todos os postulantes redobrarão o trabalho das suas campanhas. Perseguirão os seus objetivos. E todos com o desejo de materializá-lo.

A sociedade piauiense vive num estado altamente concentrador de renda, com milhares de pobres e miseráveis, analfabetos e subnutridos, sempre dirigido por uma elite política, econômica e cultural retrógada e indiferente à distribuição de renda e às suas necessidades, donde advém esse quadro socioeconômico injusto; profundamente miserável, que dita sociedade luta para extingui-lo e/ou minimizar; enquanto as elites ficam o pé para mantê-lo, embora miseravelmente, porém, servindo aos interesses patrimoniais e financeiros dessa dita elite política; Os “pefelistas” foram substituídos na gestão estadual pelos petistas sob liderança do Governador Wellington Dias e liderados originários dos esquemões políticos-partidários do passado, cujo ex-PFL – Partido de Frente Liberal, foi extinto e substituído pelo DEM.

 

Magno Pires é membro da Academia Piauiense de Letras, ex-Secretário da Administração do Piauí, ex-consultor jurídico da Companhia Antactica Paulista (Hoje AMBEV) 32 anos. Portal www.magnopires.com.br com 106.820.200 acessos em 9 anos [email protected].