Política

A HABILIDAE DO EX-MINISTRO JOÃO HENRIQUE PRESERVOU O PMDB

A HABILIDAE DO EX-MINISTRO JOÃO HENRIQUE PRESERVOU O PMDB

A HABILIDAE DO EX-MINISTRO JOÃO HENRIQUE PRESERVOU O PMDB

 

Magno Pires

 

            A descrença do povo nos partidos e nos seus agentes, os políticos, é enorme e está nas alturas. E em ascensão crescente.

            A sociedade não acredita nem nos partidos e tampouco nos políticos. Entretanto, não haverá democracia representativa sem esses dois polos (políticos e partidos), sempre harmoniosos, que sustentam a representação popular.

            Mesmo nas mais perversas ditaturas, existe representação popular e partidária, porque elas são asseguradas com a manutenção dos políticos e dos partidos, embora uma ficção.

            Os ditadores, porém, mantêm também esses dois polos fundamentais da democrática, mas sem legitimidade, diferentemente do que ocorre na democracia. Consequentemente, nem os regimes excepcionais prescindem da “representação popular”. Esta “legitima” as ditaduras.

            No entanto, mesmo nesse mar revolto e nesse cenário de radical e total descrença e desconfiança nos políticos e nos partidos, há, aqui e acolá, um líder político que sacrifique sua pretensão político-partidária, desistindo de concorrer, e de suas ideais políticas, para manter o partido vivo, preservando-o de sua extinção.

            O ex-ministro João Henrique de Almeida teve essa atitude louvável e ímpar em política, para manter o MDB do Piauí, como uma organização partidária, embora aliado ao governador Wellington Dias (PT) de quem discorda politicamente. E também não apoia o seu projeto de reeleição.

            O ex-ministro João Henrique e atual Presidente do Conselho Nacional do SESI, emedebista histórico, acatou as ponderações do presidente do partido e deputado federal Marcelo Castro também ex-ministro da Saúde, da presidente Dilma Rousseff (T), de que se insistisse com a sua candidatura a governador do Estado, ganharia a convenção, mas o MDB perdia todos os atuais deputados estaduais, inclusive ele porque Marcelo Castro, que se desfiliariam da agremiação e se filiariam ao PR, cuja atitude provaria a extinção do MDB.

            Evidente, que essa decisão do deputado federal Marcelo Castro e dos deputados estaduais arrasaria o partido e fortaleceria a reeleição do governador porque é uma posição de real e material endosso à pretensão reeleitoral do petista. Claro que o MDB confirmou o apoio solidário ao Chefe do Executivo e o deputado Themístocles Sampaio saiu-se também muito bem com esse acordo. Porque ratificou a sua candidatura à Vice-governador.

            Agora, o MDB terá mais força para exigir – e o termo é esse mesmo – do petista Wellington a indicação da agremiação para a cobiçada vaga de Vice-governador às eleições de 2018.

            Entretanto, nada obstante todo esse panorama às vezes firme, real, outras vezes movediço, tal qual um pântano e/ou barro preto de brejo, sempre deslizante, que ocasiona insegurança, o governador não poderá ficar flertando com o Senador Ciro Nogueira (Progressistas) e todo o seu grupo sobre a vaga de Vice ocupada atualmente pela professora Margarete Coelho. Ela, agora, deverá definitivamente ser do MDB e do deputado Themístocles Filhjo. Embora as flutuações que ainda poderão ocorrer de natureza abstrata e invisível da político nessa fase eleitoral.

            Justamente porque o Senador João Vicente Claudino se filiará ao PTB, da base aliada do Governador, e possivelmente postulara o cargo majoritário como candidato à chefia do Executivo do Estado.

            Mas, essa vaga de Vice-governador, ainda poderá passar pelas mãos de João Vicente, que dispõe dos recursos financeiros necessários para acalentar os políticos, diferentemente dos outros postulantes que não dispõem da massa de recursos do empresário João Vicente.

            Os políticos defendem, estimam, gostam e preservam três coisas essenciais: votos, cargos e dinheiro; que lhes dão sustentabilidade política duradoura.

            Contudo, em todo esse panorama sobressaem-se a conduta indelével, irreprochável, irretorquível, inacusável e digna, sob todos os aspectos, de preservar o MDB de uma implosão no Estado; do ex-ministro João Henrique salientando, também, que o MDB, com história partidária de mais de 50 anos de vida, que nem sequer a ditadura militar de 64 extinguira-o, está bem acima da ambição pessoal e egoísta de pequeno grupo político, em defesa apenas de seus interesses pessoais, patrimoniais e políticos junto à reeleição do governador Wellington, com o partido sem qualquer valoração e/ou consideração, Devem-se, pois, à coerência e ao desprendimento do ex-ministro João Henrique a sobrevivência do MDB no Piauí.

            E devo ir mais à frente ao esclarecer que exclusivamente o ex-ministro João Henrique tomaria essa abnegada atitude em prol da sobrevivência do partido.

Magno Pires é membro da Academia Piauiense de Letras, ex-Secretário da Administração do Piauí, ex-consultor jurídico empresarial da Companhia Antactica Paulista (Hoje AMBEV) 32 anos. Portal www.magnopires.com.br com 100.150.000 acessos em 8 anos e quatro meses, e-mail: [email protected].