Política

CONCHAVOS GOVERNISTAS À SUCESSÃO ESTADUAL DE 2018 EXCLUEM THEMÍSTOCLES

CONCHAVOS GOVERNISTAS À SUCESSÃO ESTADUAL DE 2018 EXCLUEM THEMÍSTOCLES

CONCHAVOS GOVERNISTAS À SUCESSÃO ESTADUAL DE 2018 EXCLUEM THEMÍSTOCLES

 

Magno Pires

 

            Os comentários mais constantes, persistentes, nos bastidores políticos do Estado fortalecem a convicção de que toda essa articulação política que conduziu a senadora Regina Souza (PT) e o deputado federal Marcelo Castro (MDB), respectivamente, às disputas da Vice Governadoria e ao Senado Federal, com o sacrifício do Presidente da Assembleia, dep. Themístocles Filho (MDB), foi montada pelo ex-deputado estadual e atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Kleber Eulálio, em conjunto com Marcelo Castro e o Governador Wellington Dias.

Além disso, o atual deputado estadual, Severo Eulálio (MDB), filho do conselheiro Kleber Eulálio, deverá disputar uma cadeira de deputado federal e herdará os votos dos colégios eleitorais de Marcelo.

Ademais, os colégios de Severo seriam distribuídos entre os candidatos a deputado estadual do MDB e PT, especialmente deste partido, por conta da aceitação do chapão, incluído no acordo, certamente a principal exigência e/ou condição do MDB, para apoiar a reeleição do Governador Wellington Dias (PI), que os petistas não aceitavam, tendo o deputado federal Assis Carvalho (PT) e presidente do PT, como crítico radical, que também não quer, sob nenhuma hipótese, o depurado Themístocles Filho disputando a Vice-goverandoria às eleições de 2018.

Evidente, ainda segundo os bastidores, toda essa trama conduziria à consolidação da reeleição do Governador, embora Wellington haja assegurado para todos os coligados, inclusive ao senador Ciro Nogueira (Progressistas), que sua reeleição não está, sob nenhum cenário sacrificada. Isto é, está assegurada, ainda que sem esses acordos. É muita soberba e sapato alto do petista governador.

            Todos esses acordos e essas montagens estão sendo feitas sem conhecimento do povo e/ou do eleitorado. E serão, agora, metidos de goela a baixo da sociedade, especialmente dos eleitores, que, conforme Themístocles Filho, terão fortes reações negativas, contrárias, á reeleição do Governador. E poderão inviabilizar o seu projeto político, com o eleitorado votando nas oposições.

            Com certeza, que o conto de carroceria recebido pelo deputado Themístocles Filho e emitido, especialmente por Wellington, e demais interlocutores, comprava material e substancialmente a sua deslealdade para com o Presidente da Assembleia, sem qualquer retribuição, consideração e apreço ao trabalho e ao empenho de Themístocles, assegurando a aprovação de todos os projetos do interesse do Governador. Inclusive a polêmica mensagem do Executivo de aumento das alíquotas do ICMS.

            Também fica claríssimo em toda essa história que o projeto político do PT vai além desta eleição de 2018, avançando para 2022, em detrimento do Progressistas, que pretende disputar o governo do Estado. A indicação de Regina Souza à Vice-Governadoria asseguraria esse projeto futuro. Portanto, o MDB, o deputado Marcelo e o conselheiro Kleber Eulálio prepararem-se para aceitar essa projeção para 2022.

            O Governador Wellington Dias e o seu partido estão sem a perspectiva e a visibilidade do futuro político do Piauí e do Brasil. Imaginam que ainda dispõem, para convalidar os seus projetos, da forte liderança inatacável do ex-presidente Lula. Isso às eleições de 2018 é relativo. E não conduz mais à inolvidável segurança de pleitos anteriores em que o líder petista despontava sem mácula a sua ímpar liderança político-popular. Sem competidor.

            Tampouco o Governador Wellington dispõe do mesmo conceito popular de que desfrutava nas duas primeiras eleições; quando liderava absoluto o cenário político-partidário piauiense,com o respaldo do petismo nacionalmente, bem como na 1º eleição com o apoio irrestrito do ex-Governador Mão Santa. A sua popularidade não é a mesma, tendo caído bastante, embora ainda sem um contraponto no Estado que possa lhe impor uma derrota no primeiro turno das eleições deste ano. Mas a eleição vai para 2º turno.

            A gestão administrativa e a financeira do Estado não estão bem avaliadas. Há muitos senões: 1) A demissão surpreendente do Secretário da Fazenda, por exemplo, o principal homem de sua confiança, continua sem explicação, havendo muitos mistérios a explicar para sociedade; 2) permanecem sem explicação os pagamentos efetuados com os recursos dos empréstimos celebrados com a Caixa Econômica; 3) a inadimplência de R$ 200 milhões dos empréstimos consignados, cuja retenção e falta de pagamento, é crime de improbidade administrativa; 4) utilização dos recursos de convênios celebrados com União para pagamento da folha dos servidores públicos; 5) atraso de R$ 20 milhões nos pagamentos dos hospitais, clínicas e laboratórios conveniados e credenciados com o Estado; 6) as obras inacabadas do Centro de Convenções e do Rodoanel, assim como outras tantas em todo o Brasil.

            Essas pendências acima e outras não existiam na 1ª e 2ª gestões do petista. Portanto, não havia desgastes por esses e outros motivos.Consequentemente, a sua liderança político-partidária era saudável. Não haviam denúncias contra sua gestão por conta de inadimplências e desvios de recursos públicos para outros fins, com desvirtuamento da objetividade dos contratos. Havia respeito ao regramento jurídico.

            Por outro lado, o Estado não se preparou para enfrentar a continuidade da crise econômica nacional no seu 3º mandato. A falta de previsibilidade política e econômica também sufocaram a sua gestão. Isso tudo está refletido no seu projeto de reeleição. E também o tempo no poder desgasta qualquer líder e gestão.

            O Governador, filiado a um partido da suposta esquerda, carreou á sua administração líderes conservadores da política piauiense, sendo o seu gerenciamento político um avançado quadro à semelhança do ex-PFL, com composições políticas semelhantes às dessa ex-agremiação. O negócio e o relevanta era manter a governabilidade sob qualquer situação e condição.

            E, agora, em 2018, rerratificam-se esses posicionamentos, fazendo essas composições, que poderão custar-lhe a perca do mandato para um eventual postulante oposicionista, ainda sem condições de definição do seu nome por conta da forte instabilidade política provocada com a retirada do Presidente da Assembleia Legislativa, deputado Themístocles Filho, da competição da Vice-Governadoria, substituindo-o pela Senadora Regina Souza (PT), filiada ao seu partido, com menosprezo e total deslealdade ao deputado emebedista que lhe assegurou a aprovação de todos os projetos do seu interesse no Parlamento Estadual.

            Os acordos que estão sendo celebrados com vista às coligações governistas, não consideram a sociedade, tampouco o eleitorado, mas prendem-se exclusivamente aos interesses individuais e partidários petistas e os da ala do MDB que não se desgruda do situacionismo em nenhuma circunstância, para manutenção dos cargos de Direção e Assessoramento Superiores.

Entretanto, esse posicionamento poderá sacrificar as chapas majoritárias, com repercussão na proporcional, e impacto favorável nas eleições das lideranças oposicionistas, embora a desorganização destas.

            Por conseguinte, por mais que deputado Marcelo Castro fale, assegurando que o Governador está cumprindo a agenda acordada com o MDB, a insatisfação na base aliada é grande. E esta eleição poderá ir para o 2º turno, no qual provavelmente, o Governador não será vitorioso. Nas eleições anteriores vencera no 1º turno, no entanto, não havia nenhum clima adverso à sua gestão e/ou insatisfação dos partidos aliados como nesta.

            Enganam-se, pois, os políticos que acham que o eleitorado ainda obedece a liderança dos prefeitos. Portanto, há um clima semelhante e reinante ao da época da eleição de Átila/ Mão Santa, com a liderança de Átila, mas o vitorioso foi Mão Santa. Átila detinha 67% das intenções de voto. Falta, porém, um líder com a popularidade do prefeito de Parnaíba, embora haja o dr. Pessoa, com apelo popular.

 

Magno Pires é membro da Academia Piauiense de Letras, ex-Secretário da Administração do Piauí, ex-consultor jurídico da Companhia Antactica Paulista (Hoje AMBEV) 32 anos. Portal www.magnopires.com.br com 105.000.000 acessos em 8 anos e 10 meses, e-mail: [email protected].