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CONTRASTES: SERRA DAS CONFUSÕES E O VALE DO GURGUEIA – (II)

CONTRASTES: SERRA DAS CONFUSÕES E O VALE DO GURGUEIA – (II)

CONTRASTES: SERRA DAS CONFUSÕES E O VALE DO GURGUEIA – (II)

 

Magno Pires

 

            A Serra das Confusões, fica no extremo Sul do Estado do Piauí, com abrangência nos municípios de Caracol, Jurema, Anísio de Abreu, São Brás, Corrente..., incluindo os municípios de Acauã e Guaribas; Estes, Símbolos da pobreza do Brasil, do Nordeste, do Semiárido. Foram escolhidos pelo governo do ex-presidente Lula para retirá-los da pobreza extrema. E os inseri no mapa de cidadania, da geração de emprego e renda, com dignidade de seus habitantes. Nada disto, porém, aconteceu. Ainda que também área de um parque Ecológico; os seus habitantes permanecem pobres e miseráveis e sem assistência do Estado, mesmo com a efetiva ação do Governo Federal para minimização dos seus índices sociais e econômicos.

            As habitações rurais miseráveis, embora o programa Minha Casa Minha Vida; as casas sem energia, ainda que o Programa Luz para Todos; sem assistência educacional, lá não chegam as ações do FUNDEF, com melhoria dos índices educacionais; sem médicos e odontólogos, embora a existência do SUS – Sistema único de Saúde.

            Entretanto, fiscais do posto do IBAMA prendem dois caçadores que abaterem animais silvestres, supostamente em extinção. É o contraste em todos os sentidos. Os animais silvestres são mais e melhores protegidos que as pessoas.

            41% da população do Piauí dependem do Bolsa Família. 450 mil recebem o benefício. Oitenta e oito dos 224 municípios do Piauí têm população vivendo abaixo da linha de pobreza... 60% da população vivem com menos da metade de um salário-mínimo. Metade das crianças do Piauí vivem na pobreza. É muita pobreza! Pobreza de mais. Que é de os governos de direita, de esquerda e de centro? Eles são todos iguais.

Os moradores da Serra das Confusões, região pobre e miserável, sem ações permanentes dos Governos, e onde falta tudo, inclusive água, mas área de um grandioso parque ecológico protegido, cravado no Semiárido, e o Vale do Gurgueia, distante 100 km da Serra das Confusões, rico em tudo, até água abundante dos poços jorrantes, com desperdiço de milhares de litros dágua por segundo.

            Esse Parque Ecológico da Serra das Confusões que os ecologistas asseguram ter resquícios de Mata Atlântica, ainda que no Semiárido, onde já foi instalada uma carvoaria (extração de madeira para transformação em biomassa), autorizada pelo IBAMA, que empregava mil pessoas com carteiras assinadas, agora está desativada e poderá perder um investimento de 12 bilhões de reais em energia eólica, para construção em suas bordas, da energética, preservando as matas setentrionais, habitat de aves e animais.

            Alegam os esfuziantes e enfurecidos ecologistas que a usina de energia e as suas torres, com cem metros de altura, atanazarão o espírito da fauna e a tranquilidade da floresta, por isso mesmo são contra a usina eólica.

            É o Brasil indiferente à globalização e sem inserção e integração de sua economia ao processo de desenvolvimento planetário. Por isso, também, o seu atraso e/ou subdesenvolvimento.

É a retranca da xenofobia do nacionalismo da era Vargas e dos militares pós-64, ainda preponderante. E também a vigilante defesa intransigente de um peba, de um tatu, de um rouxinol...; entretanto, desleixados na assistência aos humanos que residem na Serra das Confusões e em suas cercanias, que carecem do mínimo para sobreviver.

É dilacerante ver aquelas crianças do Parque e de sua cercanias peladas, sujas, raquíticas, subnutridas, olhos empalidecidos, amarelados, tristes e distantes, buchos grandes e criatório de vermes...

Conjunto social da geração Jeca Tatu de que fala o escritor e romancista Monteiro Lobato, retratando á sua época o drama da miséria social do país, que continua; embora os avanços em vários setores; inclusive com forte agronegócio nos cerrados, com destaque mundial, vendendo os seus produtos, especialmente para vários países do mundo extremamente rico.

 

 

Magno Pires é membro da Academia Piauiense de Letras, ex-Secretário da Administração do Piauí, ex-consultor jurídico empresarial da Companhia Antactica Paulista (Hoje AMBEV) 32 anos. Portal www.magnopires.com.br com 103.800.200 acessos em 8 anos e sete meses, e-mail: [email protected].