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O PIAUÍ “É” DE TODOS OS PIAUIENSES

O PIAUÍ “É” DE TODOS OS PIAUIENSES

O PIAUÍ “É” DE TODOS OS PIAUIENSES

Magno Pires

 

            Grupos políticos e empresariais controlam o poder público no Piauí. E inviabilizam o seu desenvolvimento econômico participativo, com distribuição da renda, concentrando-a permanentemente. Antes, era um sistema oligárquico familiar que detinha esse poder. Agora, embora o poder familiar, ainda existente, entretanto, sem o protagonismo, mas com força suficiente, são os grupos políticos e empresariais, irmanados, que controlam, eficazmente, o poder público piauiense, com enorme manancial de concentrar mais ainda a renda.

            E, nesse cenário, nada obstante a construção de equipamentos públicos como estradas, hospitais, universidades e outros bens materiais e sociais, todos sem qualidade, eficiência, produtividade e péssima prestação dos serviços, por isto também o estado ostenta uma pobreza degradante, com grandes camadas de pobres, miseráveis, subnutridos... que não faz a mínima diferença para esses grupos de líderes políticos e empresariais. Causa indignação essa conduta.

            Esse controle, lamentavelmente, se alastra e se expande pelos poderes Legislativo e Judiciário, tendo a proeminência do Poder Executivo, por conta da distribuição do orçamento.

            O controle na distribuição dos recursos, embora os parâmetros da aprovação no Legislativo e o controle e fiscalização do Tribunal de Contas, obedece uma logística financeira emanada e dirigida por grupos políticos e empresariais, com atenção de deputados, majoritariamente ligados, a esses grupos e a indicação de conselheiros designados por partidos políticos e/ou de confiança do Poder Executivo e do Legislativo. Tornando, bastante ineficaz, o trabalho do Ministério Público Especial do TCE.

            O desenvolvimento sustentável do Piauí está acontecendo no sul, na região dos cerrados, com os seus vastos e imensos campos plantados de soja, milho, feijão, algodão... E também no semi-árido, com a instalação de várias usinas eólicas e do sol, para produção de energia. Além dessas duas vertentes, com fortes potenciais econômicos, ainda surgiram o gás e o petróleo, em grande quantidade, em 34 municípios, a partir de Floriano, na bacia sedimentar do Rio Parnaíba. Ademais, ainda teremos: ferro em Paulistana; o níquel em Coronel Gervásio Oliveira; o cobre, em Corrente; e as grandes jazidas de calcário em vários municípios do sul; os projetos do platô de Guadalupe dentre outras iniciativas. E tudo sem as interferências do poder político e de grupos empresariais do Estado, notadamente de Teresina.

            O controle desses grupos políticos e empresariais, fundamentalmente conservadores, indiferentemente à distribuição da renda, tem pouca ação no sul. Entretanto, agem subjetivamente à medida que neutralizam a ação do poder público para construir as obras de infra-estrutura física – estrada, comunicação, ferrovia... e as de  caráter social como escolas, hospitais, creches... no semi-árido. Especialmente estradas para o transporte da grande produção de grãos.

            Os grandes projetos que estão sendo implantados na região dos cerrados e do semi-árido darão sustentabilidade econômica ao Estado com a definição de um polo econômico. E não terão o perfil conservador dos grupos políticos e empresariais que atuam tradicionalmente no Piauí, com relevância ao norte. Têm pouca ingerência política-partidária do conservadorismo estadual. Têm no seu comando ou no controle acionária das empresas , empresários de outras regiões brasileiras. Têm um sentimento social maior e mais profundo quanto às questões sociais. A renda terá melhor distribuição, com participação efetiva do homem e/ou do trabalho.

A noção de que o Piauí é de todos e jamais exclusivamente desses grupos políticos e empresariais, que agem historicamente, terá maior visibilidade. Por que haverá maior distribuição da renda, com forte desconcentração. Não haverá o controle do poder público por grupos políticos e empresariais como ocorre rotineiramente no Estado. Notadamente na região norte do Piauí, ou a partir dos municípios de Floriano, Picos e Oeiras que, ainda recebem grandiosa influência do partidarismo político arcaico e ortodoxo do Piauí, responsável pela pobreza perversa e degradante do Estado.

 

Magno Pires é membro da Academia Piauiense de Letras, ex-Secretário da Administração do Piauí, ex-consultor jurídico da Companhia Antactica Paulista (Hoje AMBEV) 32 anos. Portal www.magnopires.com.br com 91.770.200 acessos em 7 anos e 11 meses, e-mail: [email protected].