O Acadêmico Domício Proença Filho abre na próxima quinta-feira, dia 7, às 15h, o I Seminário Internacional de Direito, Bioética e Literaturas, uma parceria da ABL com o Instituto dos Advogados do RS e Academia Brasileira de Filosofia. Ele falará sobre a relevância da leitura de textos literários em dois espaços da relação entre a Literatura e o Direito: a formação profissional e a prática jurídica, e analisará obras representativas, na conferência “Literatura e Direito”.

Às 17h30, o Acadêmico Arnaldo Niskier recebe o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Santa Úrsula, no Teatro R. Magalhães Jr. Na Sala José de Alencar, o crítico literário Ricardo Vieira Lima presta uma homenagem aos 90 anos do Acadêmico Ivan Junqueira, morto em 2014. A mesa terá a coordenação de Antônio Torres e é aberta ao público. A entrada é franca e as inscrições podem ser feitas pelo link: https://www.even3.com.br/ivan-junqueira-90-anos-510836.

Doutor em literatura brasileira pela UFRJ, Ricardo Vieira abordará a poesia junqueiriana como resultado da percepção da tensão morte/vida que está presente em toda a obra do autor. Ele considera que a obra poética pode ser dividida em quatro fases.

Na primeira, que chama de "O poeta é maior que a morte", Vieira falará da ideia de fenecimento que, para o jovem Ivan, é algo que não o atinge diretamente, já que na sua poesia inicial, como seria de se esperar, a morte é sempre a alheia.

Uma década mais tarde, na segunda fase, "A morte é maior que o poeta", Junqueira adquire a consciência da efemeridade de sua própria vida, o que geraria o famoso tom de lamento.

“Na terceira fase, iniciada com o advento de A sagração dos ossos, Ivan afirma que "A vida é maior que a morte", uma vez que a arte aior que a morte e, se arte é vida e é produzida pelo homem e destinada a eternizá-lo, então o homem, repleto de vida (ou de arte), suplanta a morte. Em sua quarta e última fase, o poeta descobre, enfim, que morte e vida se equivalem, pois são apenas faces de uma mesma moeda. A partir dessa época, passaria a ser uma das marcas mais evidentes do seu ofício poético”, destacou o crítico literário.

Ao final da palestra, ele exibirá fotos raras da trajetória de Ivan Junqueira, além de um pequeno vídeo do poeta declamando um de seus poemas mais conhecidos.

O I Seminário Internacional de Direito, Bioética e Literaturas terá prosseguimento no dia 8 às 15h15 na Academia Brasileira de Filosofia, com a conferência do Professor Doutor Delegado Fernando Sodré: As relações entre o racismo estrutural e a seletividade penal: uma reflexão necessária aos direitos humanos; e às 16h, com a conferência da professora da Universidade de Lisboa Paula Espírito Santo; Biopolíticas: as campanhas eleitorais. Às 16h45, o conferencista será o médico Carlos Arestivo, da Sociedade Paraguaia de Psiquiatria, que falara sobre política antimanicomial.

No dia 9, às 14h, o presidente da Academia Brasileira de Filosofia, Edgar Leite, dará a conferência; A AFF: história e missão da ABF nos dias de hoje; às 15h, haverá uma mesa de debates “ A Filosofia e o Pensamento Bioético Contemporâneo” com o acadêmico Jorge Trindade, e as advogadas Laura Affonso da Costa Levy e Mariana Diefenthaler; às 16h, a mesa “Os Juristas na Literatur” terá a presença dos Acadêmicos Carlos Nejar e Carlos Saldanha Legendre e do advogado Cesar Vergara de Almeida Martins Costa.

Às 17h haverá sessão de autógrafo com Edgar Leite, Carlos Nejar e Carlos Saldanha Legendre.

Sobre Ricardo Vieira Lima

Ricardo Vieira Lima é doutor em Literatura Brasileira pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), crítico literário, poeta e editor-assistente da revista Fórum de Literatura Brasileira Contemporânea (UFRJ). Organizou e prefaciou os livros: Roteiro da Poesia Brasileira – Anos 80 (2010) e Poesia completa, de Ivan Junqueira (2019).

Seu livro Aríete – poemas escolhidos (2021) ganhou os Prêmios Ivan Junqueira, da Academia Carioca de Letras, e Jorge Fernandes, da União Brasileira de Escritores (RJ).

Fonte: https://www.academia.org.br/noticias/quinta-feira-seminario-e-homenagens