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O MUNICÍPIO DE BATALHA

O MUNICÍPIO DE BATALHA

O MUNICÍPIO DE BATALHA

 

Magno Pires

 

              O município de Batalha está encravado entre Piracuruca, Piripiri, Barras e Esperantina, quatro entidades municipais com expressivo desenvolvimento social, econômico e cultural, que crescem e se desenvolvem constantemente; destacando-se primordialmente Piripiri e Esperantina que sobrepujam Piracuruca e Barras, em nível de desenvolvimento constante, embora estes dois mais antigos, com Batalha desmembrada de Piracuruca.

              Certamente por esta circunstância locacional e travada no meio desses quatro municípios, que são muito mais desenvolvidos e com crescimento mais acelerado, que puxam as oportunidades e as atividades econômicas, como polos e eixos de crescimento mais dinâmicos, usurpam de Batalha os seus desígnios rumo à pujança de riqueza mais forte de suas características sociais e econômicas.

              A exploração das riquezas e dos setores do comércio e de serviços de Batalha são profundamente prejudicados pelos seus vizinhos e/ou circundantes mais desenvolvidos e com índice populacional bem maior.

              Batalha dista 154Km da capital, Teresina. Como disse, foi desmembrada de Piracuruca, um dos mais antigos municípios do Piauí, criado em 6 de julho de 1832 e instalado em 23 de dezembro de 1832, contando atualmente com 188 anos.

              E Batalha foi criada pelo decreto 147, de 15 de dezembro de 1938, e instalado em 10 de janeiro de 1939, tendo os municípios de Brasileira, Piracuruca, São José do Divino, Joaquim Pires, Esperantina, Barras, Boa Hora e Piripiri como os seus limitantes. A área territorial é de 1.588, Km2 e população de 26.277 habitantes.

              Entretanto, mesmo criado e instalado, respectivamente, em 1938 e 1939, o início do povoamento que lhe deu origem é datado de 1794, quando também se iniciou a construção da Igreja do Padroeiro, São Gonçalo; portanto, Batalha, tomando-se como referência primogênita o povoado original e a sua criação em 1938, atualmente conta com 226 anos.

              Batalha também não foge das características originais dos primeiros povoamentos das áreas territoriais e/ou fazendas onde se estabeleceriam as futuras sedes municipais, com as lutas persistentes travadas entre os colonizadores portugueses e indígenas, até o desalojamento desses primeiros habitantes e proprietários universais das terras, com o objetivo de fincar e/ou localizar a sede municipal.

              A expulsão e dizimação dos índios sempre foram atitudes constantes dos colonizadores. Centenas de milhares foram mortos.

              É sabido também que os povoados se instalam às margens dos oceanos, rios, riachos, açudes, brejos e lagoas e nas várzeas e baixadas para facilitar aos seus habitantes o provimento da água e as terras de boa qualidade e frescas pela ação da água para plantio. E, assim, propícias ao plantio das lavouras de subsistência de arroz, milho, feijão, mandioca, cana de açúcar, além do capim para alimentação do gado e outros animais. E o criatório de animais de pequeno porte como: ovinos, caprinos e suínos. E dos animais que serviam ao meio de transporte como burros, jumentos e cavalos.

              Batalha está situada numa baixada entre alguns pequenos morros, olhos d’águas minadores, que alagam as áreas mais baixas; e é banhada por riacho que transpõe parte da sede.

              A luta pela ocupação das terras travadas entre colonizadores e aborígenes, índios, não foi a única.

              O território batallhense foi palco, também da luta pela independência do Piauí, com cenário original em Campo Maior, com os seus idealizadores passando por Batalha e concebendo brigas ferrenhas e resultando na morte de nativos e portugueses das forças em defesa da nossa independência.

              O topônimo Batalha tem origem nas lutas travadas e/ou batalhas entre os colonizadores portugueses e indígenas. Mas, também, há a outra vertente, que assegura que a origem do termo estaria vinculada às batalhas pela Independência do Piauí que se registraram em território batalhense.

              Outra forte e tradicional característica da sede do município são as várias e históricas sapucaeiras existentes na praça – Praça da Sapucaeira –,  que representa um cartão postal do município, cujo equipamento público hoje homenageia a memória de José Ribeiro Fontenelle e/ou mestre Zuza.

              Os festejos em janeiro do padroeiro da cidade, São Gonçalo, que atraem milhares de pessoas dos municípios circunvizinhos principalmente e tem carácter micro regional.

              E o evento da festa do bode, um mega evento realizado em outubro, tem caracter nacional, pois ficou cravado na memória piauiense, regional e brasileira porque homenageia um animal criado em larga escala no município, no Piauí e no Nordeste.

              O município, como em todo o país, tem perdido as fazendas tradicionais, que além do criatório de gado e animais de pequeno porte como caprinos, ovinos, suínos, serviam de plantio para gêneros alimentícios em pequenas lavouras.

              Os engenhos de cana de açúcar, que eram muito, desapareceram quase todos, existindo raros e com pequena quantidade de cana plantada.

              Este fenômeno ocorre porque a cadeia hereditária e/ou sucessoria das famílias tradicionais não existe. Os filhos não sucedem aos pais na mesma atividade econômica. Justamente porque o campo deixou de ser atrativo econômico e financeiramente, com o preço dos produtos baixíssimos, além da falta de mão de obra, devido a mudança da matriz política e econômica ocorridas nas décadas de 50/60 e o início da sindicalização rural do país nessas duas décadas; desestruturando a enorme avassalagem e agregacias reinantes nas fazendas até o período acima relatado. As fazendas tinham grandes quantidades de agregados e/ou trabalhadores que residiam nesses empórios rurais e eram centros de comércio com as casas comerciais.

              O município é banhado pelos rios Longá, dos Matos, Marathaoan e Piracuruca. A Barragem dos Tinguis, em construção, com represamento das águas do Rio dos Matos, abrangerá o município. É mais um manancial d’água à disposição dos batalhenses.

 

Magno Pires é Membro da Academia Piauiense de Letras e o Vice-presidente, ex-Secretário da Administração do Piauí, Advogado da União (aposentado), jornalista, administrador de empresas, Portal www.magnopires.com.br, e-mail: [email protected].

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