Gestão

A GESTÃO ADMINISTRATIVA, POLÍTICA E FISCAL DO GOVERNADOR

*Magno Pires

 

Nem o senador e ex-governador Wellington Dias (PT), tampouco o PT, poderão criticar a gestão e o governador Wilson Martins (PSB), vice de Wellington e sucessor, justamente por conta da fidelidade deste àquele. Wilson foi tolerante e compreensível. Inclusive porque havia uma parceria política entre PT, PSB e PMDB, a qual, relativamente ao PT está rompida, porque o PSB tem pré-candidato à presidência da República. Mas, PSB e PMDB permanecerão coligados, porque o vice-governador do Piauí, Antônio José Moraes Sousa Filho (PMDB), assumirá a Chefia do Executivo do Piauí, com a desincompatibilização do titular, para concorrer ao Senado da República, com o apoio político de Wilson.

 

Administrativamente, ou no inicio de sua gestão, o governador Wilson teve sérios problemas, especialmente com as categorias de servidores, que pretendiam ver aprovados os seus Planos de Cargos, Carreiras e salários (PCCS), de imediato. E aprovou 18 planos dos servidores, decisão inédita e louvável numa administração. Contudo, o governante maior estava às voltas com varias categorias de funcionários, além do enorme crescimento da Folha de Pagamento, obras inacabadas e os restos a pagar, deixados por Wellington, da ordem de R$ 1,2 bilhão. Wilson jamais tratou desse problema com a imprensa. Isto é, nunca denunciou o antecessor. Houve respeito a possíveis acordos então firmados.

 

Esse volumoso débito, não quitado pelo antecessor, ocasionou problemas orçamentário e fiscal, tendo o Chefe do Poder Executivo de recorrer às linhas de crédito do BNB, do Banco do Brasil e às do BNDES, para priorizar algumas obras na infraestrutura da mobilidade urbana e no escoamento de grãos, especialmente nos cerrados, e oferecer contrapartida de convênios celebrados com a União. Além de concluir inúmeras obras inacabadas. Exercera, portanto, o governador um rígido controle sobre as contas públicas para poder gerenciar a administração do Estado.

 

Entretanto, solucionado o problema da gestão, propriamente dita, da Folha de Pagamento, do planejamento e do orçamento, além do fiscal, com a coerção da Lei de Responsabilidade fiscal (LRF), assegurando os parâmetros da aplicabilidade da lei, isto é, receita e despesa equilibradas; Porém, aproximam-se então as contingências políticas quanto à governabilidade futura. Outra preocupação do governante.

 

O PSB quer firmar-se como partido líder e galgar, juntamente com o PMDB, do qual é aliado, e passar para este, a Chefia do Executivo, no próximo quadro quatriênio. Com isso, rompe a aliança com o PT, embora a nível nacional PT e PMDB continuem juntos no projeto da reeleição de Dilma. O PT, no entanto, quer Wellington novamente como candidato ao governo. Eis, pois, o problemão para ser solucionado por Wilson, Zé Filho e Wellington, com repercussão em Brasília no gabinete presidencial e no do vice Michel Temer (PMDB).

 

Magno Pires é ex-Secretário de Administração do Estado do Piauí e Membro da Academia Piauiense de Letras –APL.

 

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