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A LAVA-JATO E A RECESSÃO ECONÔMICA

         O Brasil pratica uma taxa obscena, escrachante, de juros. O país não conseguirá desenvolver-se com essa elevadíssima taxa básica e imoral de 14,25% alcançando no final do ano um acumulado de 280,14%. Essa taxa quebra não só as empresas, mas também as nações. Os países que cresceram associaram fatores básicos e fundamentais ao desenvolvimento: educação de qualidade, juros baixos, combate à corrupção, competitividade com mercado livre, desburocratização, investimentos em tecnologia e inflação baixa e/ou próxima de zero. Enquanto outras nações, Estados Unidos e China, por exemplo, baixam os juros, o Brasil na contra mão da história, eleva as taxas de juros para combater a inflação e poder crescer. Nesse caminho, ou nesse velho caminho heterodoxo e conservador, não chegará a lugar algum. Será mais recessão, desemprego e, com esse, mais instabilidade social.

         O governo terá que priorizar investimentos e aplicar os seus recursos disponíveis, em áreas essenciais, mas chamando o setor privado para escolher as áreas para empreender; e desburocratizar as licitações. A infra-estrutura em estradas, prioritariamente, portos, aeroportos, energia elétrica, por exemplo. Pois, sem um setor industrial forte e livre, o Brasil continuará pendente de decisões governamentais e suscetíveis à corrupção. Porque essa relação política espúria com empresários, ou essa promiscuidade entre público e privado, propicia um tratamento desvantajoso à sociedade e apenas benéfico, majoritariamente, às empresas envolvidas nessa interelação e transação incestuosa.

         Enquanto o Brasil não abrir efetivamente o mercado interno e externamente ao capital estrangeiro, abdicando de interesses neo-nacionalistas, nem sempre úteis à sociedade, continuará nessa situação bipolar ou pendular, ou ainda ciclotímica, sem assegurar um desenvolvimento sustentável a todo o corpo social.

         Justamente por conta dessa dependência intragovernamental, nessa interação do governo e de suas empresas estatais, com o setor privado, o país registrará mais casos como o da Petrobras e as empresas que lhe prestam serviços em grande parceria e constituindo mais operação como a Lava-Jato.

         Essa operação não contribui à recessão, o que a fortalece são os juros monstruosos e indecentes e o excesso de estatismo da União.

 Magno Pires é  Membro da Academia Piauiense de Letras – APL

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