Fundada em 30 de dezembro de 1917, a Academia Piauiense de Letras passou quase sete décadas sem possuir uma sede própria. Durante esse longo intervalo, sua história foi escrita em salas cedidas, endereços provisórios e no compromisso silencioso de seus membros com a preservação da cultura e da literatura piauiense.

Somente em 1986, por meio de um gesto institucional memorável, a Academia conquistou finalmente sua morada definitiva. Com o decisivo apoio do então Secretário de Cultura do Estado, Dr. Jesualdo Cavalcanti Barros, e a sensibilidade política do governador Hugo Napoleão — hoje também acadêmico —, o Governo do Estado do Piauí realizou a doação oficial do imóvel à instituição.

A cessão do prédio foi formalizada por meio da Lei nº 4.048, de 12 de maio de 1986, que autorizou a doação do imóvel localizado na Avenida Miguel Rosa, nº 3.300/S, em Teresina. À época, a APL era presidida pelo professor e intelectual A. Tito Filho, que conduziu a entidade nesse marco histórico.

A nova sede, de linhas arquitetônicas clássicas e imponente serenidade, passou a ser não apenas o lar administrativo da APL, mas o coração pulsante de suas atividades acadêmicas, culturais e literárias. Ali passaram a ocorrer sessões solenes, assembleias, lançamentos de livros, projetos educacionais, encontros com jovens leitores e celebrações da memória dos grandes nomes da literatura piauiense.

A conquista do prédio — quase 70 anos após a fundação da instituição — não representou apenas um avanço patrimonial. Representou o reconhecimento público da importância da mais antiga instituição cultural do Piauí, e selou, com concreto e história, o compromisso do Estado com a permanência da palavra.

Hoje, a sede da APL é mais do que um edifício. É um símbolo de resistência cultural, um abrigo de ideias, um espaço de encontros entre gerações, onde o passado dialoga com o presente e prepara o futuro.

Fonte: https://www.academiapiauiensedeletras.org.br/a-morada-da-palavra-a-conquista-da-sede-da-academia-piauiense-de-letras/