A POBREZA EXTREMA E O DESENVOLVIMENTO DO PIAUÍ
A POBREZA EXTREMA E O DESENVOLVIMENTO DO PIAUÍ
Magno Pires
A pobreza extrema é uma das características mais marcantes e instigantes do tecido social do Estado do Piauí; Milhares passam fome e necessidades básicas; Entretanto, no outro polo, o desenvolvimento da região dos Cerrados, com os vastos campos de produção de grãos, assim como os projetos de energias alternativas (eólica e solar) mudaram o cenário do Semiárido piauiense, com várias propostas de projetos de energias em execução, implantação e concluídos.
Esta mudança na área do desenvolvimento econômico, lamentavelmente, não foi acompanhada pela política. Esta preserva todos os vícios da escravidão institucional de então; por isso, que se torna difícil um desenvolvimento sustentável do Estado porque as feições de um regime escravo, embora não institucional, são evidentes e impedem o desenvolvimento na área social, na educacional, por exemplo; para se alcançar a plenitude de sociedade satisfeita, com os benefícios produzidos pelas regiões em constante crescimento, como as do Cerrado e a do Semiárido, que constroem e emolduram um complexo social, com o atendimento das demandas dos segmentos sociais então insatisfeitos, que melhoram suas condições de vida, com a implantação desses projetos nos Cerrados e no Semiárido.
As dificuldades para se construir essa nova estrutura social, com melhoria das condições de vida dos cidadãos, não é fácil, e um dos obstáculos mais evidentes é a vastidão e/ou extensão das áreas físicas a serem atendidas e/ou exploradas.
A carência de estrutura física, de estradas, de comunicação, de hospitais, de colégios, etc., impõe ainda maior magnitude às dificuldades para retira essas regiões do atraso histórico e secular.
Esses projetos de grãos e energias alternativas e futuramente o gás são todos da iniciativa privada, com apoio financeiro de bancos públicos, como o Banco do Brasil e o Banco do Nordeste, porém, o Estado do Piauí e nem sequer a União construíram as estradas imprescindíveis à sustentabilidade desses investimentos. Justamente, por isso, que não houve um grau de desenvolvimento maior e mais veloz, prejudicando, em parte, o desenvolvimento sustentável desejado.
Não obstante o travamento do desenvolvimento devido à falta da infraestrutura de estradas, as suas regiões têm conseguido superar esses impasses e aumentado, grandemente, os índices de sociais e econômicos e são referências para outros investimentos que não param de ofertar nos Cerrados e no Semiárido e fazendo volumosos investimentos.
O Estado do Piauí é referência nacional e mundial em projetos e na produção de energias solar e eólica. Em São Gonçalo do Gurgueia, por exemplo, está sendo instalado o maior projeto para a produção de energia solar do Brasil e o 4º maior da América Latina. As perspectivas do Estado do Piauí quanto ao desenvolvimento econômico são enormes. É um horizonte seguro e factível e de resultados saudáveis. No entanto, o quadro de pobreza extrema de 1,4 milhão de habitantes é instigante e preocupante. Há necessidade urgente e imprescindível que os Governos Estado e Federal, notadamente aquele, preserve o interesse constante e inadiável de fazer os investimentos públicos de suas competências e manter a ajuda permanente às populações mais fragilizadas a fim de acabar com pobreza desses milhares de piauienses que passam profunda necessidade e muitos não têm o que comer diariamente.
As elites políticas, empresarial, econômica e intelectual têm que auxiliar o setor público na erradicação desse indesejado drama social que atinge quase a metade da população do Estado. A geração de riqueza pelas classes abastadas e/ou produtoras e a respectiva distribuição da renda, para desconcentrá-la, é a imposição que deve ser assegurada a fim de extinguir esse contraste e este retrocesso histórico de vida desses milhares de piauienses. Aos empresários, portanto, que são produtores de renda e pagam milhões de reais em salários – o maior fator de distribuição de renda – devem liderar esse processo sócio-político-econômico e cultural porque são os que mais produzem e distribuem renda, como forte contribuição à extinção da pobreza extrema.
MAGNO PIRES é Diretor-geral do Instituto de Águas e Esgotos do Piauí – IAE-PI, ExSecretário de Administração do Piauí e expresidente da Fundação CEPRO, advogado da União (aposentado), professor, jornalista e exadvogado da Cia. Antáctica Paulista (hoje AMBEV) por 32 anos consecutivos