O notável presidente Juscelino Kubitschek (1956 - 1961) só fez a transferência da Capital Federal do Rio de Janeiro para o Planalto Central do Brasil, como previa a Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil de 24 de fevereiro de 1891, artigo 3°, porque, em pleno discurso eleitoral, foi “peitado” por um cidadão, indagando se ele iria mesmo cumprir a Constituição. Ainda no discurso, ressaltou e reafirmou os seus princípios e propósitos democráticos. Assegurou que transferiria a capital do Brasil para o Planalto Central. Realmente resgatando o texto da Constituição. A construção de Brasília, embora as críticas quanto a possíveis desvios de recursos públicos, comuns e, às vezes levianas no Brasil, foi realizada pela audácia e determinação de um presidente da República. E Kubitschek permanecerá na História Nacional como o gestor que integrou o Brasil Central, fazendo com que regiões historicamente inóspitas, como os Cerrados, fossem (re)integradas ao pais. E os grandes plantios de soja e de outros grãos somente aconteceram na Região Setentrional a partir dessa decisão desse excepcional mineiro.
     O presidente americano Abraham Lincoln (1861 - 1865) revolucionou a infraestrutura dos Estados Unidos no Pós Guerra ao abrir frentes de serviços para construção de ferrovias e execução de saneamento de água e esgoto. Escolhera esses segmentos porque empregam formidáveis massas de mão de obra e representavam uma inovação no gerenciamento da coisa pública-nacional americana. E resolvia problemas tradicionais até então intocáveis e inéditos em gestão.
     O ex-governador do Piauí, engenheiro Alberto Silva, também pontificou sua primeira administração com uma fantástica obra na infraestrutura rodoviária. Com o inestimável apoio do ex-Ministro do Planejamento, o piauiense parnaibano Reis Veloso, construiu (parte) e asfaltou a estrada que cortava o Piauí de Parnaíba a Cristalândia, o chamado grande Y. E, nem sequer, se pensava em Cerrados. Isso era coisa para o Sul do país. Mas, alguma coisa nesse sentido começava a brotar na Bahia, na região de Barreiras, cidade vizinha do Piauí.
     Sem infraestrutura de estrada, energia, telefonia e educação, nenhum pais, Estado-membro, município e/ou região se desenvolverá. É assim em toda parte do planeta. E com a lamentável implantação desse modelo rodoviário, intensamente prejudicial ao pais, porque a ferrovia é mais barata e melhor aplicável ao Brasil por ser um pais-continente, os governos centrais optaram por um sistema mais oneroso. Afinal, a Transnordestina está sendo construída e será um grande alívio ao escoamento da produção.
     Toda essa história, passando por JK, Abrahnan Lincoln e Alberto Silva, para apoiar e ressaltar ao governador Wilson Martins, que ao determinar a construção da Transcerrados, também estará executando a mais importante obra no Piauí. Nenhuma outra obra implantada pelo Chefe do Executivo, mesmo sendo na área da educação, da saúde e da segurança, terá a sua magnitude, sua relevância e a repercussão no soerguimento econômico do Piauí.
     A Transcerrados ligará as mais importantes áreas de produção do Estado. Mudará a história econômica no Estado. Numa região em que 8 mil carretas trafegam diariamente. A construção da Transcerrados dará ao Piauí uma visibilidade social e econômica invejável porque nenhuma outra área no Brasil tem tanta visibilidade e oportunidade como a de abrangência dos Cerrados. Wilson se imortabilizará ao construí-la até o final da sua gestão. E poderá esquecer outros investimentos para implantar a Transcerrados