ABL dá início ao ciclo "Memórias da Academia"
A Academia Brasileira de Letras dá início ao ciclo “Memórias da Academia”, sob a coordenação do Acadêmico Godofredo de Oliveira Neto. Composto por cinco conferências, o ciclo começa na próxima terça-feira, 3 de outubro, às 16h, no Teatro R. Magalhães Jr. A primeira palestra será ministrada pelo Acadêmico Ruy Castro, e abordará a obra do escritor Manuel Antônio de Almeida. A entrada é franca e todas as conferências possuem tradução em libras. A inscrição pode ser feita pelo link: https://www.even3.com.br/memorias-da-academia-manuel-antonio-de-almeida/. A coordenação geral dos ciclos de 2023 é do Acadêmico Antonio Carlos Secchin.
O ciclo segue no dia 10 de outubro com a palestra "Machado de Assis e a educação", que será ministrada pelo Acadêmico Arnaldo Niskier. No dia 17 de outubro, a pesquisadora de literatura brasileira, Elvia Bezerra, falará sobre os 20 anos da morte da Rachel de Queiroz. No dia 24, a Acadêmica e escritora Rosiska Darcy de Oliveira falará sobre o Centenário de nascimento de Lygia Fagundes Telles. Encerrando o ciclo, no dia 31, o Acadêmico e advogado Celso Lafer abordará o Centenário de nascimento de Hélio Jaguaribe.
Sobre Manuel Antônio de Almeida
Manuel Antônio de Almeida foi médico e escritor, autor de um único romance, "Memórias de Um Sargento de Milícias", em 1852, que retrata as classes média e baixa, algo muito incomum para a época, na qual os romances retratavam os ambientes aristocráticos. A experiência de ter tido uma infância pobre influenciou Manuel Antônio de Almeida no desenvolvimento de sua obra. É patrono da cadeira nº. 28 da Academia Brasileira de Letras. Foi redator do jornal Correio Mercantil, para o qual escrevia um suplemento, A Pacotilha. Publicou alí seu primeiro artigo, em 1851, no qual demonstrava um pensamento antiescravista. O autor concluiu o curso de Medicina em 1855, mas nunca atuou como médico. Dois anos depois, assumiu o cargo de diretor da Imperial Academia de Música e Ópera Nacional e também o de administrador da Tipografia Nacional.
Escreveu também a peça de teatro Dois Amores em 1861, que foi apresentada após a sua morte, com música da Condessa Rosawadowska, sem alcançar sucesso. Foi na Tipografia Nacional que conheceu e se tornou amigo do jovem tipógrafo e escritor Machado de Assis (1839-1908). Já em 1859, passou a trabalhar como segundo oficial da Secretaria da Fazenda. Com o objetivo de investir na carreira política, embarcou no navio Hermes, com destino à cidade de Campos. Mas a embarcação naufragou, e o romancista morreu em 28 de novembro de 1861.
Sobre o conferencista
Jornalista, Escritor e Biógrafo. Eleito para a Academia Brasileira de Letras em 2022. Formado em Ciências Sociais na Faculdade Nacional de Filosofia. Escreveu biografias famosas como as de Nelson Rodrigues, Garrincha e Carmem Miranda e livros de reconstituição histórica como Chega de saudade, Ela é carioca, e a Noite do meu Bem. Vencedor de um prêmio Esso de literatura, cinco Jabutis e, em 2021, do Prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto da obra. É colunista do jornal Folha de S.Paulo.
Fonte:https://www.academia.org.br/noticias/abl-da-inicio-ao-ciclo-memorias-da-academia