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APL: DE 1917 A 2017, 1 SÉCULO DE CULTURA... (II)

APL: DE 1917 A 2017, 1 SÉCULO DE CULTURA... (II)

Magno Pires

 

Os sucessores, todos, dos idealizadores da APL, preservaram o seu patrimônio cultural; jamais descuidaram-se do seu legado; fortaleceram os seus objetivos; mantiveram o seu conceito e imagem; alargaram os seus programas, planos, projetos; materializaram, permanentemente, o arcabouço literário e cultural; preservando, diuturnamente, o seu espetacular acervo histórico.

Os cem anos de sua permanente, invulgar e inédita tradição, estão sendo comemorados neste dezembro de 2017. E a edição da Coleção Centenário é o seu pico mais alto; cujo ineditismo, na história das academias de letras no Brasil, dá à APL, o grau maior e único e, ainda com destaque, nessa iniciativa. Conquanto, creio eu, não haver similar no País. A APL é pioneiríssima; nesse item é, possivelmente, inigualável.

Quero, entretanto, destacar o trabalho indormido em prol dessa centenária instituição de cultura de Arimathéa Tito Filho, seu presidente por vários anos, de Simplício de Souza Mendes, Wilson Nunes Brandão, Paulo de Tarso Mello e Freitas, já falecidos; e de Celso Barros Coelho, Paulo Nunes, Manfredi Cerqueira e de Raimundo Nonato Monteiro de Santana, todos meus amigos e ainda entre nós.

E ressaltar, também, o profícuo trabalho cultural realizado na Academia pelo ex-presidente Reginaldo Miranda, que iniciou a publicação inédita da Coleção Centenário; e do atual presidente, merecidamente reeleito (inclusive com o meu voto, que sou contra qualquer reeleição), acadêmico Nelson Nery Costa, que lhe deu forte continuidade. O acadêmico Reginaldo Miranda sobressai-se pelo pioneirismo da publicação da Coleção Centenário e o acadêmico Nelson Nery Costa pelo efetivo prosseguimento dessa espetacular ação; além de promover a reforma profunda do prédio do Sodalício, dotando-o de linhas moderníssimas de nossa arquitetura; e, ainda, procedera alterações, substituições, manutenções nas instalações elétricas, hidráulicas e sanitárias; instalou ar-condicionados e/ou splits, em todo o imóvel e vidros blindex. Alguém teria que tomar essa iniciativa. Nelson fê-la, mesmo enfrentando sério obstáculo e precária condição financeira.

A Academia está renovada, com esse novo corte arquitetônico da lavra de Lavínia Nery Costa, promovido pelo acadêmico Nelson Nery Costa, ficando o Sodalício mais cerimonial, imperial e nobre; aspectos enaltecedores e necessários em uma instituição secular de cultura, do saber e do conhecimento, que completa exatamente 1 século de vida; e cuja idade, poucas casas do seu gênero podem festejar gloriosamente, para orgulho dos acadêmicos, especialmente, e da sociedade piauiense e brasileira.

Enfim, desde os primórdios, os idealizadores da APL, que foram autênticos revoltosos líteros-culturais, introduziram métodos ou concepções novos aos objetivos e às atividades dessa centenária Casa de Cultura, embora nos albores de uma Revolução Civil na Rússia e da I Guerra Mundial. E lideraram, como já anotei, uma vanguardista transformação, não apenas Cultural no Piauí, mas também político-social, primordialmente, na inovadora temática de sua instituição. A dianteira desses movimentos, num período hostil, como o cenário preexistente então na Rússia e no mundo, revelam também a sagacidade e capacidade dos precursores da Academia em transporem e vencerem obstáculos. E de transmitirem aos sucessores a convicção e certeza de que a APL deveria ser permanente. E a cocada-do-coco do coqueiro está materializada, inexoravelmente, nesse seu primeiro século de vida. Não se curvando aos poderosos exercendo integralmente sua independência e produzindo cultura e conhecimento do mais alto grau.

 

Magno Pires é membro da Academia Piauiense de Letras, ex-Secretário da Administração do Piauí, ex-consultor jurídico empresarial da Companhia Antactica Paulista (Hoje AMBEV) 32 anos. Portal www.magnopires.com.br com 97.100.200 acessos em 8 anos e quatro meses, e-mail: [email protected].