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AQUECIMENTO DO MERCADO IMOBILIÁRIO

O mercado da construção civil continua muito aquecido no Piauí, especialmente em Teresina. As construtoras ganham muito dinheiro, contratando com o governo empréstimos para edificação de conjuntos habitacionais e de prédios de alto luxo. Mas  não permanecerá por muito tempo. Haverá desaquecimento por conta da projeção da inflação ascendente, com aumento dos juros contratuais, e do arrefecimento dos compradores, com receio de uma recessão motivada pela inflação de preços da demanda, que também retrai, embora os controles do Governo Federal, através do Banco Central. O Brasil continua sendo beneficiado com a crise inicial dos Estados Unidos e agora na Europa, com problemas em todo o bloco da União Européia, especialmente Portugal, Irlanda e Turquia... Os empresários, alegando aumento nos preços de material da construção e dos terrenos urbanos, além da procura por apartamentos, subiram exageradamente os valores do metro quadrado (R$ 4.000,00). Esqueceram, porém, que os compradores do Piauí são poucos, podendo haver estoque, por falta de quem adquira esses bens imóveis de alto valor destinados a uma categoria social alta. Os contratos de financiamento com a CEF, que são muitos, futuramente terão problemas sérios de pagamento, com alta inadimplência, porque a realidade econômica do Estado é outra. A sensação de satisfação econômica atual, diverge estruturalmente da realidade histórica do Piauí, de economia frágil. A construção civil, tradicionalmente, é grande absorvedora de mão de obra. Juntamente com a indústria têxtil e o setor de turismo encabeçam as áreas econômicas que mais empregam no Brasil e no mundo. Mas também, os que pagam os salários mais baixos, competindo, nesse mister, com os empregados da área comercial. Também são os primeiros que entram em crise, desempregando quantidade enorme de trabalhadores aos primeiros prenúncios de uma crise. A indústria da construção presta serviços relevantes ao país por empregar milhares de trabalhadores. Leio na Folha de São Paulo (11.4.2011), em matéria de primeira página, que trabalhadores do PAC, principal vitrine do Governo Federal, do programa Minha Casa, Minha Vida” trabalham em “condições degradantes e vivem em locais superlotados e sujos” na região de Campinas São Paulo, o Estado mais rico da Federação. Os locais, além de superlotados e sujos, não têm ventilação e saneamento. Ainda a matéria da Folha: “Impulsionados pelas obras do PAC, o boom da construção civil foi acompanhado por um aumento de 232% das irregularidades relacionadas à saúde e a segurança dos trabalhadores”... Certos empresários e empresas, não têm feito mesmo. Estão ganhando mais de 30% do valor na construção das casas do programa “Minha Casa, Minha Gente”, mas ainda expõem os operários à condição infame de trabalho, deixando o Ministério do Planejamento e a Caixa Econômica calados, porque que não cometam as irregularidades... Recentemente, no Maranhão, as casas de um conjunto habitacional apresentaram tantos e tão graves defeitos na edificação que a construtora comprometerá-se a reconstruir todo o conjunto. Diante desse descalabro, o Governo Federal, através da Caixa Econômica Federal, deve fiscalizar os conjuntos habitacionais construídos em Teresina e em outros locais, porque há denuncias de que algumas casas apresentam rachaduras nas paredes, no piso, nas calçadas... sendo cobertos pela areia trazida pelas enxurradas porque as fundações são muito rasas e comprometem as unidades habitacionais.