Economia

BANCOS LUCRARAM 174 BILHÕES DE REAIS NA GESTÃO DO EX-PRESIDENTE

BANCOS LUCRARAM 174 BILHÕES DE REAIS NA GESTÃO DO EX-PRESIDENTE

BANCOS LUCRARAM 174 BILHÕES DE REAIS NA GESTÃO DO EX-PRESIDENTE

Magno Pires

Durante os anos de gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os bancos registraram lucro líquido recorde, de 174 bilhões de reias, e ao mesmo tempo se beneficiaram de uma confortável política pública que não se preocupava em fomentar a concorrência, o que ampliou o número de instituições no setor. Resultado: aumentaram as fusões e aquisições que apenas fortaleceram os gigantes e intensificaram a concentração bancária. Segundo dados do próprio BC mais de 90% de todas as agências pertencem a apenas cinco bancos. Ao menos 80% das operações de crédito, por sua vez, também são feitas por essas mesmas instituições. Como esses grandes bancos são corporações titânicas, qualquer manobra leva meses para ser concluída – daí os atrasos em tempos que exigem agilidade e prontidão. “Banco, no Brasil, não gosta de dar dinheiro, gosta de receber dinheiro”, afirma o ex-diretor do BC Carlos Thadeu de Freitas Gomes. (extraído de matéria da revista Veja de 29/4/2020, p. 61, edição 2684, sob o título “Cofres cheios de problemas”.)

Os cincos bancos que controlam mais de 90% de todas as agências e 80% das operações de crédito são: Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú-Unibanco e Santander, portanto, dois oficias e três privados. E quando essa política de favorecimento às grandes instituições bancárias terá outra orientação e concepção pelos presidentes da República e do Banco Central? Quando esse ovo de ema e esqueleto de elefante será quebrado para oportunizar às entidades menores e melhorar o atendimento aos milhões de clientes? Acho que nunca! Pois já tivemos presidentes da suposta esquerda (Lula e Dilma) e pseudo solicidista (FHC) para nominar apenas as gestões mais recentes. E o que se vê são os lucros exorbitantes e escrachantes como estes 174 bilhões do período geracional do ex-presidente Lula.

Tome-se como referência os lucros escandalosos do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal nos últimos três exercícios 2017, 2018 e 2019, respectivamente, de R$ 11,1 bilhões, R$ 12,8 bilhões, R$ 17,8 bilhões e CEF 12,5 bilhões, R$ 10,3 bilhões, R$ 21,1 bilhões, enquanto o BRADESCO R$ 19,0 bilhões em 2018 e R$ 25,9 bilhões em 2019,  para se ter ideia de quão absurdo. Os três lucraram R$ 130,6 bilhões de 2017 a 2019, sendo que o BRADESCO são apenas os exercícios de 2018 e 2019.

Especialmente em um país onde milhões passam fome e necessidades, inclusive sem o que comer diariamente ou ter apenas um café com pão pela manhã e um almoço que será também o jantar. E daí o sujeito só vai comer no outro dia pela manhã o mesmo café com pão. E por isso dorme mal, com muita insônia, e produz pouco no trabalho. Por isso, tem baixa produtividade. Entretanto, a maioria dos patrões querem é desse jeito e/ou dessa forma.

Nascido em 1942, estou me aproximando dos oitenta anos e cheguei à conclusão que isso não mudará. Continuará assim. Esses bancos oficiais e privados gerando privações, concentração de renda e desigualdades sociais, econômicas, educacionais e culturais, com o aumento, embora em menor intensidade, do analfabetismo e da fome entre brasileiros.

              Os grandes bancos estão tecnologicamente defasados e atrasados. Trabalham com estruturas bancárias que incluem modelos digitais dos primórdios da informática, nos anos 1970. E assim os chamados “bancões” não estão dando conta da disponibilização do crédito. E prejudicam os pequenos e médios empresários que empregam o maior volume de trabalhadores – 53% de acordo com o SEBRAE – e justamente os que enfrentam mais empecilhos na hora de obter crédito.

              O governo do presidente Bolsonaro disponibilizou e liberou às instituições financeiras mais de 200 bilhões de reais para serem emprestados aos clientes na forma de novos financiamentos ou para a renegociação de dívidas tanto de empresas quanto de pessoas físicas. No entanto, como a base de programas e sistemas digitais que permitam a disponibilização de tamanho de volume de dinheiro, em tempo recorde, enfrentam dificuldades porque são programas ultrapassados. Para ser mais claro ainda: embora lucrando quantias astronômicas, esses bancos não se modernizaram; e prejudicaram, justamente às empresas e às pessoas físicas mais carentes desses créditos, neste momento de pandemia. Todavia, às grandes empresas não faltam os amparos financeiros. E, como sempre, o menor é o mais prejudicado porque dificilmente o crédito cairá na conta de sua empresa. E as consequências: encerramento das atividades das empresas, com desemprego e ação na Justiça.

              A equipe econômica do presidente Bolsonaro é muito boa e o economista Paulo Guedes, Ministro da Economia, desfruta de vasto conhecimento, com experiência internacional acumulada, porém, como todo poderoso ministro e tendo carta branca do presidente, não consegue imprimir uma ordem nesse sistema bancário nacional, para torná-lo mais ágil, moderno, eficiente, produtivo, cuidar dos pequenos empresários e dinamizar as suas atividades de serviço, para atender melhor e com menor custo aos milhões de clientes. Baixar apenas a taxa SELIC para 2,25% a.a, embora ainda altíssima relativamente comparável com diversos outros países (Japão, Estados Unidos, Itália, França etc.) não é o suficiente. É preciso desovar o dinheiro aprisionado no   da galinha e lançar no mercado, com taxa ainda mais baixa. Pois, se assim for mantido, no governo do Presidente Bolsonaro e com o Ministro Paulo Guedes na Chefia do Ministério da Economia, os banqueiros terão um lucro maior de R$ 174 bilhões que obtiveram no período do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva; e eu vou morrer e não verei a redução dos lucros exorbitantes dessas cinco maiores instituições bancárias do Brasil.

 

Magno Pires é Membro da Academia Piauiense de Letras e o Vice-presidente, ex-Secretário da Administração do Piauí, Advogado da União (aposentado), jornalista, administrador de empresas, Portal www.magnopires.com.br, e-mail: [email protected]