A desoneração de produtos da cesta básica não foi suficiente para evitar o aumento de preços dos alimentos em março, segundo dados do Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), pesquisados pela Fundação Cepro. De acordo com o IPCA, o custo total da Cesta Básica subiu 1,90% no mês passado.

Segundo o economista Manoel Moedas, ainda não é possível avaliar, com clareza, o impacto da medida federal na taxa de inflação da Cesta Básica. “Ainda é cedo para fazer uma avaliação mais precisa da desoneração, já que ela passou a ocorrer no dia 8 de março”, disse. De acordo com o coordenador de estudos da Cepro, os resultados da pesquisa referentes ao mês de abril, muito provavelmente serão diferentes.

Pesquisadores da Fundação acreditam que, apesar de não ter impedido o aumento de preços, a desoneração pode ter contribuído para a diminuição do ritmo de crescimento da inflação, já que em fevereiro a alta de preços havia sido maior (3,27%).

Entre os alimentos que tiveram maior aumento de preço em março estão a farinha de mandioca (14,37%), a banana (5,67%), o leite pasteurizado (1,78%), o feijão (1,70%) e o arroz (1,10%). Produtos que vinham apresentando altas de preços elevados nos últimos meses apresentaram inflação em menor intensidade ou até deflação. É o caso do tomate, que passou de uma inflação de 14,09% em fevereiro para uma taxa de (-0,48%) em março.

Produtos da Cesta que sofreram queda de impostos

O Governo Federal, no começo de março, zerou a incidência de PIS/Pasep-Cofins e de IPI de 16 itens da Cesta Básica. São eles: carnes (bovina, suína, aves e peixes), arroz, feijão, ovo, leite integral, café, açúcar, farinhas, pão, óleo, manteiga, frutas, legumes, sabonete, papel higiênico e pasta de dentes.

Com a redução dos impostos, em tese, o preço desses produtos vai baixar. Nos últimos dois meses a cesta básica em Teresina teve aumentos de 3,27% e 1,90%, respectivamente fevereiro e março.  Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em fevereiro, os preços da cesta básica subiram em 16 das 18 capitais pesquisadas pelo órgão. As maiores elevações, de acordo com o levantamento, foram apuradas em Vitória (6,01%), Manaus (4,55%) e Salvador (4,08%). As duas capitais que apresentaram queda foram Florianópolis (-2,25%) e Natal (-1,42%).