Economia

CONCENTRAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE RENDA

                O Piauí é um dos Estados brasileiros que mais concentra renda. Os ricos e os remediados ganham muito dinheiro. Aumentam anualmente o seu patrimônio em detrimento e no aprofundamento inigualável no Brasil da pobreza da maioria  do povo piauiense. Esses ricaços detestam falar em distribuição de renda para permitir que todos vivam dignamente. E jamais nessa sarjeta de miseráveis em constante (e/ou permanente) e ascendente de desabonados econômicos. O Estado é patrimonialista. Essa condição explica a inquietante e profunda desigualdade de renda existente entre conterrâneos ricos. E a imensa maioria que luta irrefreavelmente para sobreviver; porém, achatada pelo impiedoso poder econômico de um segmento social elitista sempre privilegiado e que ainda detém o poder político como acentuado e forte elemento fundamental da sustentabilidade histórica de seu patrimônio e de seus ganhos escrachantes. E com um arcabouço que interliga e interage uma cadeia infindável de interesses que parece existir apenas no Piauí.

              O poder econômico e o poder político se entrelaçam formando um solido anteparo á consolidação permanente dessa desigualdade social que age impiedosamente no bebedouro farto da iniquidade e da falta de distribuição de renda e de proteção aos mais humildes.

                Enquanto o Estado não promover permanentemente o seu poder de distribuir, com os programas sociais, a renda, os ricos e/ou afortunados jamais se sensibilizarão  ou se moverão nesse sentido. A insensibilidade social e o desapreço histórico pelos pobres coexistem como um DNA na formação estrutural da classe rica que comanda o Estado.

E também, enquanto alastrar-se esse poder econômico impiedoso, sem distribuição renda, aumentarão os crimes de toda espécie, ordem e de grandeza. E o Estado, como instituição jurídica, permanecerá incapaz de combatê-los, originando daí primordialmente as várias espécies de crime organizado, que inquietam as autoridades policiais, judiciárias e gestores. É muito mais fácil distribuir renda, desconcentrando a riqueza, do que combater os crimes, permitindo sua concentração.

 Mas, se os empresários e o Estado, bem assim todos os agentes econômicos, aliados aos políticos, não fizerem uma frente para mudar essa equação, o Piauí e o Brasil continuarão gerando mais crimes e o Estado alardeando a sua incapacidade de extinguir a impunidade. Justamente porque eles (crimes) se constituem em um fenômeno econômico, que é a concentração de renda, que os ricos não querem promovem a distribuição da renda, para soerguer-se uma sociedade sem desigualdades  de renda, para que a Justiça social seja promovida com estabilidade.

                O pagamento de bons salários é o maior fator de distribuição da renda, porém, os ricos, os empresários e alguns governos detestam combater a pobreza por essa via alegando com os enormes encargos sociais que pagam sobre o faturamento das empresas, além dos exorbitantes impostos, taxas e contribuições que são cobrados pelo governo.  

*Magno Pires é advogado e Membro da Academia Piauiense de Letras – APL.

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