Economia

CRISES POLITICA E ECONÔMICA CONSTROEM CRISE SOCIAL

 CRISES POLITICA E ECONOMICA CONSTROEM CRISE SOCIAL        

         A crise política, mais grave e aguda, continua exacerbando a crise econômica, a qual prosseguirá, inexoravelmente, enquanto os lideres políticos, especialmente dos três poderes da República, não se entenderem para resolvê-las e o país voltar a se desenvolver e crescer, extinguindo a estagnação econômica. O cenário do quadro econômico brasileiro é de recessão profunda, com tendência de agravar-se, porque são evidentes o decréscimo do PIB, aumento da inflação, queda da arrecadação de impostos, retração de investimentos, fuga de investidores e capitais, aumento do dólar, alta taxa de desemprego, aprofundamento da pobreza...

         Nessa cosmo visão política, notadamente, e subsidiariamente econômica, com atritos permanentes dos principais lideres  políticos, os agentes econômicos não fazem qualquer investimento porque não têm, tampouco a sociedade, um norte consolidado que se possa acreditar muito menos ainda segui-lo.

         Nessa perplexidade, notoriamente política, com inconseqüentes repercussões econômicas, o pais não reencontrará o seu destino. Porque a tendência irrefutável é de agravamento agônico, com mais desaceleração das atividades econômicas e encerramento de outras.

         A desarmonia entre os poderes, embora a constituição determine a harmonia independente, prepondera à crise e a alimenta, com o disfarce dos responsáveis e interlocutores, de que apenas o presidente da Câmara deve ser responsabilizado pela agonia atual do Brasil.

         O STF, acionado, desconstituiu a farsa de Eduardo Cunha, dando rumo técnico-constitucional ao caminho a ser percorrido pelo processo de impeachment da presidente, embora inoportuno, que só agrava a crise, mas poderá solucioná-lo, desde que tratado constitucionalmente e de acordo com as normas estabelecidas pelo Supremo Tribunal Federal – STF.

         De agudas crises política e econômica, poderá transformar-se também numa crise social, de conseqüências imprevisíveis, ainda que os movimentos de rua não sinalizem para isso neste momento.

         O corpo social e/ou a sociedade, embora com dificuldades, com o aumento assustador dos preços, salários corroídos pela inflação, altas taxas de desemprego, baixa aprovação da chefe da nação, não está predeterminado, decidido, a romper abruptamente, querendo sua substituição pelo vice-presidente.   

         Os políticos e/ou a classe política, totalmente sem crédito nos segmentos sociais, mas ainda com poder institucional-legislativo, devem refletir mais claro e efetivamente sobre a decisão que deverão tomar, com vistas ao impechement. Há um grande fosso, vácuo, entre os políticos e a sociedade. Esta está sem fé e esperança, consequentemente desacreditada, da maioria dos políticos. Estes, entretanto, emitem fortes sinais de que não estão preocupados com esta posição da sociedade porque sempre elegem vereadores, prefeitos, deputados, senadores e governadores. No entanto poderão ver e sofrer o resultado desse menosprezo.

         As desavenças entre os ocupantes dos três poderes, que também constroem e alimentam a instabilidade política, consolida a certeza, sem qualquer duvida, de que está faltando um líder ao país capaz de unificar-lo. E assegurar ao corpo social a plenitude de um regime democrático livre de sobressaltos, com a iminência constante e concreta de submeter-se o presidente a um processo extemporâneo de impeachment. A democracia e as instituições necessitam mais ainda de consolidação.

         Portanto, enquanto o pais permanecer com esse grave quadro político e econômico instáveis, estoca fortes subsídios para surgir uma crise social, que destroçará, mais ainda , toda essa conjuntura desfavorável à sociedade e ao país.

Magno Pires é  Membro da Academia Piauiense de Letras – APL

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