Gestão

CULPA DOS GESTORES (II)

*Magno Pires
         A história de que o Piauí é pobre não convence mais a ninguém. Entretanto os seus próprios filhos, deixaram prosperar e consolidar essa imagem por décadas e até séculos, em impostergável prejuízo ao Estado. Contudo, o que faltou mesmo aos líderes políticos foi coragem e determinação para vencer esse abominável preconceito, alimentado pelos próprios piauienses, como obstáculo insuperável e histórico ao seu desenvolvimento.
         Bom, mas haveria de chegar o momento para que esse enorme patrimônio fosse explorado. A demora, entretanto, foi grandiosa. Todavia, alcançamos essa objetividade na exploração desses potenciais econômicos. Os cerrados estão sendo explorados, embora em um ritmo preguiça.
         A Petrobrás viabilizou as áreas com gás e os indícios de petróleo. Os perímetros irrigados prosseguem com alguma produção e a ampliação das áreas, também no ritmo lento. O mel e a cera, assim como o babaçu, com destaques para os dois primeiros produtos, como elementos fortes de nossa pauta de exportação, têm recebido assiduamente as atenções do governo. Justamente por ser produtos tradicionais em exploração; embora não viabilizem o desenvolvimento sólido da região. Beneficia um segmento social e gera emprego e renda e alguma divisa.
         A perseverança administrativa e a execução financeira desses investimentos, com a melhoria da infraestrutura física-social (estrada Transcerrados, Rodoanel em Teresina e outras cidades, estradas asfaltadas  que interligam Corrente, Bom Jesus, Uruçui, Floriano, Oeiras, Picos, Canto do Buriti, São Raimundo Nonato, Piripiri, Campo Maior, Parnaíba... , bem como forte aplicação de recursos na melhoria da educação, da saúde, da agricultura... caracterizada, especialmente no governo Wilson Martins, impulsionarão para um desenvolvimento sustentável de longo prazo, desde que os sucessores continuem aplicando recursos na preservação desses bens públicos, na sua ampliação e na implantação de novas fontes complementares dos investimentos realizados.
         O Piauí, no entanto, detém o menor PIB da região Nordeste e um dos últimos do Brasil; embora com potencialidades naturais, se exploradas, para se destacar no cenário brasileiro, com um PIB maior do que muitos Estados nacionais. Contudo, a ausência de pesquisas tem retardado o seu desenvolvimento sócio econômico sustentável.
Magno Pires é Presidente da Fundação Centro de Pesquisas Econômicas e Sociais do Piauí (CEPRO)
e Membro da Academia Piauiense de Letras – APL.
Portal: www.magnopires.com.br ( 6.580.258  acessos em 46 meses)