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>DE MÃO SANTA A WELLINGTON PARA WILSON

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     A reeleição do governador Wilson Martins (PSB) em 2010 está para o ex-governador Wellington (PT), assim como a eleição deste em 2002 estava para o ex-governador Mão Santa (PMDB).
     O candidato Wellington Dias recebeu o apoio do prestigio político de Mão Santa e foi eleito governador. Da mesma forma que a eleição do petista não poderia prescindir da grande liderança política do peemedebista. O fortalecimento e o resultado da reeleição de Wilson estão vinculados também à forte liderança do petista Wellington.
     Mão Santa era um crítico mordaz e irreverente da oligarquia, do ex-PFL (atual DEM), do atraso político e econômico do estado, sempre creditado às políticas e administrações dos pefelistas. Foi reeleito, mas os seus adversários cassaram o seu mandato como vingança.
     As esquerdas, ou as supostas esquerdas piauienses apoiaram a eleição e reeleição de Mão Santa. Este não acalentou a direita estadual, pelo contrário, foi sempre um critico ávido. Mão Santa, deixou o PMDB, filiou-se ao PSC, e agora se juntou aos seus algozes adversários do passado. Foi a sua opção porque, segundo ele, o PMDB não lhe daria o 2º mandato de Senador.
     O governador Wilson Martins desfiliou-se do PSDB, filiou-se ao PSB, tornou-se presidente do partido, foi vice governador, e lutou moderado, coerente e bravamente para substituir Wellington, sendo candidato à reeleição, contrariando os interesses do maior empresário do estado e do seu filho, senador João Vicente (PTB). Wilson não pode desvincular-se e afastar-se do ex-governador Wellington, como este não abdicou de Mão Santa, embora a direita piauiense, para apoiá-lo, deseja um posicionamento de Wilson, inclusive afastando-se de Wellington, o que é inconcebível.
     A direita no estado, não perece, mas ainda é forte; porém, jamais com prestigio para desbancar um governador com reeleição assegurada como Wilson. E Wilson deve reeleger-se ao lado da grande liderança de Wellington, mesmo que alguns deputados, prefeitos e líderes municipais pretendam o seu distanciamento do PT. Até porque nenhuma outra agremiação, que apóia a sua reeleição, tem tanto voto quanto o PT, especialmente Wellington, mesmo o PMDB.
     Como Wellington, na sua eleição em 2002, não se afastara de Mão Santa, o governador Wilson Martins, ainda que líderes que lhe apóiam queiram o seu afastamento de Wellington, é melhor perdê-los e permanecer recebendo o imprescindível apoio da forte liderança do ex-governador. Justamente porque ninguém no estado, nem sequer o mega empresário João Claudino, tem tanto voto e prestigio popular quanto Wellington. Nem sequer Sílvio Mendes nas oposições. Estando, inclusive com a eleição de senador da República assegurada. Wilson, entretanto, como Mão Santa, na eleição de 94 e na reeleição em 98, tem que mirar os adversários; e criticá-los porque o que oxigena qualquer eleição é a emoção e o sentimento de revolta das lideranças de governo e de oposição. E o eleitor compreende que as críticas ajudam no discernimento do voto, na sua decisão, na escolha do melhor candidato.