Dezesseis unidades da federação aderem ao modelo de escolas cívico-militares
Quinze estados e o Distrito Federal (DF) aderiram ao modelo de escolas cívico-militares do Governo Federal. O balanço foi divulgado nesta terça-feira (1°), pelo Ministério da Educação (MEC), sendo que em três das cinco regiões do país - Norte, Centro-Oeste e Sul - , todas manifestaram interesse.
Adesão ao programa:
Centro-Oeste: Distrito Federa, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul
Nordeste: Ceará
Norte: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins
Sudeste: Minas Gerais
Sul: Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina
Nova etapa
Agora o MEC inicia uma nova etapa com a abertura de período de adesão para os municípios. As prefeituras que quiserem participar do programa terão o prazo de 4 a 11 de outubro. Na seleção dos municípios será observada a capacidade de mobilização de profissionais da reserva das Forças Armadas. No caso de não haver efetivo nas cidades militares do Exército, da Força Aérea e da Marinha, eles serão substituídos por policiais militares e bombeiros das corporações estaduais.
Outra prioridade é a implantar as escolas cívico-militares em unidades com estudantes em situação de vulnerabilidade social e Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) abaixo da média do estado. “Nessa primeira fase começaríamos com duas escolas por estado, mas vamos reprogramar, ponderar, temos que analisar se alguns estados não vão querer e vamos poder deslocar mais de uma [escola] para o estado que queira”, afirmou o ministro da Educação, Abraham Weintraub.
Na avaliação de Weintraub, a demanda foi alta e a expectativa é que cresça com a nova fase de abertura para adesão dos municípios.
Escolas cívico-militares
Nesse modelo de escola, os militares atuam como monitores para auxiliar na gestão educacional. O objetivo é melhorar a educação básica do País com a construção de um ambiente de parcerias e de maior vínculo entre gestores, professores, militares, estudantes, pais e responsáveis.
O Centro de Ensino Fundamental (CEF) 19 de Taguatinga (DF), adotou o modelo cívico-militar há cerca de um mês. Antes, houve uma audiência pública e, em votação, 85% dos pais e da comunidade escolar aprovaram a adoção do modelo.
A vice-diretora do CEF 19, Cristina da Silva Hosken, explicou que os militares cuidam da organização disciplinar dos estudantes e, mesmo com pouco tempo de implementação, já é possível perceber mudanças no ambiente escolar.
“Estamos apenas com 30 dias da gestão compartilha na escola e pudemos observar nesse primeiro momento que é muito positiva a presença dos militares na questão dos atrasos, da disciplina dentro da escola, no uso do uniforme. Os alunos têm demonstrado mais interesse em estudar, a perspectiva é muito boa”, disse Cristina Hosken.
O coordenador de disciplina do CEF 19, Tenente do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, J. Augusto, contou que a chegada dos militares transformou a escola em um ambiente mais calmo e organizado. Além disso, deu aos professores melhores condições para cuidar da parte pedagógica do ensino.
“Conseguimos aliviar a pressão em cima dos professores, coordenadores. Além do professor ter que desenvolver o programa de aula dele, ele tinha que cuidar de disciplina, de organização de alunos. Então, hoje ele tem mais tempo para se dedicar ao aluno porque toda a parte de disciplina e organização estamos fazendo. Ele pode ter tranquilidade para exercer a função dele com eficiência”, afirmou o tenente.
A estudante do CEF 19, Daniela Rizo, de 11 anos, gostou do modelo de gestão compartilhada implantado na escola. “Gostei muito porque estava muito tumultuado e agora estão todos saindo em fila, estão todos uniformizados, por isso que gostei dessa gestão compartilhada”, detacou.
Para Elivan Emanuel, de 14 anos, a disciplina na escola também melhorou. “Ajudou bastante a escola que estava com um pouquinho de dificuldade na disciplina e na organização das salas. Antes os estudantes eram um pouco desrespeitosos com os professores, e agora estão respeitando mais”, disse.
Implantação das escolas
O MEC tem o objetivo de instalar 216 dessas escolas em todo o país até 2023. A iniciativa piloto, em 2020, contemplará 54.unidades Antes do lançamento do modelo do Governo Federal, o Brasil já contava com 203 escolas cívico-militares
Para o ano que vem, o orçamento do programa é de R$ 54 milhões, R$ 1 milhão por escola. O dinheiro será investido no pagamento de pessoal nas instituições e na melhoria de infraestrutura, compra de material escolar, reformas, entre outras pequenas intervenções.
As escolas em que haverá pagamento de pessoal serão aquelas em que existirá parceria entre o MEC e o Ministério da Defesa, que contratará militares da reserva das Forças Armadas para trabalhar nos colégios.
Fonte: Portal Brasil