“ENGENHARIA PIAUIENSE” NOTÁVEL TRABALHO DO ACADÊMICO CID DIAS
“ENGENHARIA PIAUIENSE” NOTÁVEL TRABALHO DO ACADÊMICO CID DIAS
Magno Pires
Livro revolucionário! Notável. “Engenharia Piauiense” do escritor e literato, além de engenheiro e memorialista histórico fotógrafo Cid de Castro Dias é inédito. Dificilmente haverá um trabalho similar. Nenhum outro estudioso terá sua percepção, paciência, dedicação e capacidade de reunir e organizar enorme quantidade de informações fotográficas, técnicas e históricas sobre obras do acervo de engenharia e/ou d’arte realizadas no Estado, por sucessivos gestores estaduais e municipais, desde o ano de 1850, quando Saraiva, nomeado Presidente da Província, construiu os primeiros prédios públicos para agasalhar e/ou abrigar a incipiente máquina governamental que se transferiria da antiga capital, Oeiras, para Teresina, onde a nova metrópole piauiense seria erguida. É um livro de grande e exaustivo fôlego. E de muita meditação. Fecundo trabalho. E se vê e se prova, efetiva e incontestavelmente, logo no prelúdio da leitura, a obstinação paciente e incansável. Mas também, exasperada do engenheiro-pesquisador e escritor Cid de Castro Dias, pela confirmação/comprovação e honestidade de todos os infinitos dados técnicos acostados e arrolados à sua história memorial fotográfica e técnica. E também político-administrativo porque avança na caracterização geracional dos homens públicos nominados na extensa obra.
A apresentação do autor à obra é um fundamento do verdadeiro trabalho histórico, embora em curto espaço, a que se impôs. Mas consegue sintetizar inteligentemente o vasto acervo com clareza e objetividade. E com a firmeza de quem persegue o melhor no palmilhar da construção dos textos e dos cenários que haverá de relatar, com fecundidade e sinceridade, ao longo da sua bela, esplêndida e convincente obra.
A construção e/ou a elaboração, ou ainda sua confecção esculpida com tanta maestria – é isso mesmo – e com a exposição de grande quantidade de fotos auxilia na leitura e descansa o leitor, suavizando, ainda mais, a leitura das páginas do volumoso e fabuloso livro. Que assim conduz ao desejo compulsivo de querer concluir sua leitura. Cid foi feliz nisso também. Ainda que alguns textos estejam expostos em fotografias em preto e branco, tecnologia da época, e em cores modernas, em técnicas mais avançadas, com a mudança da matriz fotográfica.
O livro expõe e enaltece o período político-administrativo de gestores do estado e dos prefeitos de Teresina e a atuação desses administradores, desde a visita de Saraiva a Vila do Poti, onde seria erguida a Nova Capital, até a visita do Governador Wellington Dias (PT) e do prefeito Sílvio Mendes (PSDB), de Teresina, para inauguração da Ponte Estaiada Mestre João Isidoro França em 30 de março de 2010. Portanto, o trabalho histórico memorial alcança 160 anos, preenchendo um vazio de nossa historiografia iconográfica, política e administrativa pertinente, especialmente às obras de engenharia erguidas no Piauí.
Cid, como coloquei, é abrangente, percuciente e sensato nessa belíssima história das gestões públicas no Estado e no município de Teresina, com sua obra de engenharia. Não se restringiu e/ou dedicou-se à publicação apenas de fotos de equipamentos públicos construídos na capital. Alargou o seu proeficiente e incansável estudo, com registros de açudes, barragens, hospitais, estradas, criação de universidades, construção de ferrovias, fábricas...
Ademais, destacou, não apenas as obras do iniciante-mor Saraiva, com o seu trabalho pioneiro na capital, certamente o mais difícil. Contudo, a de todos os demais governadores a partir de Antonino Freire da Silva (1910-1912) a Wellington Dias (2003-2010 e 2015) sobressaindo-se, ressalto eu, Chagas Rodrigues (PTB) e Petrônio Portela (UDN) pela forte polarização da atuação política-ideológica da época; de Alberto Tavares Silva (PMDB) pela revolução imposta ao estado com a construção de inúmeras obras estruturantes inexistentes; com certeza, o mais produtivo; Francisco de Assis Moraes Souza, o Mão Santa, (PMDB) pela ruptura da matriz conservadora político-partidário; e o governador Wellington Dias (PT) pela eleição vitoriosa pela 3ª vez eleito Governador do Piauí.
O escritor, literato e engenheiro não elaborou um trabalho para o seu deleito pessoal. E pode até refletir nesse sentido. A crítica, entretanto, não aceitará e nem sequer vai tolerar essa concepção. Fez um documento belo, sério, valioso e magnífico para os historiadores, professores, cientistas, políticos, pesquisadores porque agora terão uma obra grandiosa que servirá de fonte às pesquisas induvidosas sobre o Piauí.
O seu livro é uma fonte de pesquisa. É uma biblioteca para consulta permanente. É de fácil compreensão e leitura. Agradável. Como disse, seu trabalho preenche uma lacuna fortemente vazia em nossa literatura do gênero.
Parabéns, dr. Cid, não apenas a engenharia piauiense deverá agradecê-lo; mas também a engenharia nacional. Você resgatou seus ícones no Piauí como Antônio Alves Noronha, cientista e calculista; Luiz Mendes Ribeiro Gonçalves, Cícero Ferraz de Souza Martins, Luiz Francisco do Rego Monteiro. Não esqueceu, porém, o nosso Lourival Sales Parente, mas não registrou o nosso prof. Petrarca.
Magno Pires é membro da Academia Piauiense de Letras, ex-Secretário da Administração do Piauí, ex-consultor jurídico empresarial da Companhia Antactica Paulista (Hoje AMBEV) 32 anos. Portal www.magnopires.com.br com 10l milhões de acessos em 8 anos e cinco meses, e-mail: [email protected].