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Francisco completa 3º ano de pontificado cheio de reformas

Francisco completa 3º ano de  pontificado cheio de reformas

 

O Pontificado da "cultura do encontro", implantado desde que Jorge Mario Bergoglio tornou-se o papa Francisco, completou três anos ontem. O seu método foi novamente explicado no último dia 12 de fevereiro, durante o voo que o levava de Havana (Cuba) para Cidade do México, logo após o encontro histórico com o patriarca Cirilo --o primeiro abraço da história entre um chefe da Igreja de Roma e um da Igreja Ortodoxa Russa.
"A unidade se faz caminhando. Uma vez eu disse que se a unidade se faz no estudo, estudando teologia e o resto, talvez o Senhor verá e ainda estaremos sendo unidos. A unidade se faz caminhando, caminhando que, ao menos, o Senhor quando nos ver, nos encontrará caminhando", destacou.
Para o Pontífice, em seus três anos de Papado, essa sempre foi a prioridade e a modalidade que permitiu que ele "levasse para casa" resultados que seus antecessores sonharam, como a histórica reaproxima-ção com o Patriarcado de Moscou e todos os russos.
Antes de tudo, o sucessor de Bento 16 busca o encontro pessoal, a manifestação concreta de proximidade e vizinhança com o gesto do abraço e do aperto de mãos, a conversa franca e amigável "cara a cara" com o interlocutor. Esses são os sinais de uma ponte que é construída, de uma distância que é diminuída e todo o resto --as realizações postas no papel e a atuação-- são feitas depois. Um pouco como o general Charles De Gaulle, e antes como Napoleão, que diziam que assim que as decisões são tomadas, a "administração nos seguirá".
"Eu me senti como se sente quando estamos na frente de um irmão e também ele me disse isso. Dois bispos que falam das situações de suas Igrejas, em primeiro lugar, e depois, sobre a situação do mundo, das guerras, das guerras que estão em tantos pedaços e envolvem todos. Também da situação da Ortodoxia e do próximo Sínodo Pan-Ortodoxo", disse ainda sobre o encontro com Cirilo.
Para Francisco, menos decisivo do que o encontro e a conversa pessoal e fraterna, era a declaração conjunta firmada naquela ocasião, sobre a qual já previa críticas e ressalvas dizendo que "haverá tantas e tantas interpretações". Para ele, aquilo pouco contava. O importante é que, mais uma vez, havia o sucesso da "cultura do encontro". O seu verdadeiro cavalo de batalha havia vencido e tem percursos ainda difíceis de imaginar. Porém, as comissões teológicas, os escritórios diplomáticos, as relações interconfes-sionais deverão adaptar-se a nova situação. "A administração nos seguirá".
Para Bergoglio, o campo ecumênico funciona assim: primeiro papa a visitar um templo valdês, primeiro em uma comunidade pentecostal --e nas duas situações ele pediu "perdão" pelas perseguições do passado--, e, em novembro, ele irá para a Suécia para celebrar os 500 anos da Reforma de Lutero.
Já no campo inter-religioso, ele costurou a fenda dolorosa com a universidade de Al-Azhar após o discurso de Joseph Ratzin-ger em Ratisbona e em breve será o primeiro Pontífice da história na Grande Mesquita de Roma, a maior do mundo Ocidental.
 
 
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