Economia

Fraqueza em emprego nos EUA gera volatilidade e dólar volta a cair ante real

 O dólar anulou a alta e passou a recuar ante o real nesta sexta-feira, outro dia marcado por volatilidade, acompanhando os movimentos em outros mercados emergentes após dados fracos sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos, com investidores ora priorizando a perspectiva de manutenção dos juros norte-americanos, ora preocupando-se com a desaceleração da maior economia do mundo.

Às 12:22, o dólar recuava 0,52 por cento, a 3,9814 reais na venda. Na máxima do dia, chegou a 4,0461 reais e, na mínima, foi a 3,9619 reais.

"Se o dólar sobe ou desce, depende da interpretação que predomina", disse o tesoureiro de um banco internacional.

O setor privado norte-americano, excluindo o setor agrícola, criou 142 mil postos de trabalho no mês passado, enquanto os dados para agosto foram revisados para mostrar ganho de apenas 136 mil vagas. Foi o menor avanço em dois meses em mais de um ano, alimentando temores de que a desaceleração do crescimento econômico global, influenciada pela China, esteja enfraquecendo os EUA.

A perspectiva de que a fraqueza econômica nos EUA possa levar o Federal Reserve, banco central norte-americano, a aumentar os juros somente em 2016 fazia o dólar recuar contra uma cesta de divisas formada por moedas de países desenvolvidos, mais resistentes à desaceleração da economia dos EUA.

Por outro lado, o dólar alternava entre leves altas e baixas contra moedas emergentes, como os pesos chileno e mexicano. Eventual aumento de juros pelos EUA deve atrair recursos aplicados em outros mercados, como os emergentes.

"O problema é a economia (dos EUA). Economia fraca é ruim para mercados emergentes", disse pela manhã o economista da 4Cast Pedro Tuesta. "Onde você vai vender seus produtos? E se não conseguir vender, como vai conseguir crescer?"

No Brasil, as incertezas políticas e econômicas, em meio a intensos atritos entre o Palácio do Planalto e o Congresso que vêm dificultando o reequilíbrio das contas públicas, contribuíam para deixar o mercado sensível.

A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta manhã a redução do total de Ministérios em oito pastas, como parte de uma reforma administrativa e ministerial visando a gerar economias e estabilizar o quadro político.

(Por Bruno Federowski)