Blog
GOVERNO WILSON MARTINS
Na composição político-administrativa de um governo entram conservadores e/ou ortodoxos e os vanguardistas; ou os desenvolvimentistas, que querem mudanças, e os conservadores que preferem o “status quo”. Os que querem mudar e os que preferem a situação reinante, sem qualquer alteração, de ordem institucional e política. Com as mudanças que ocorrem no mundo e também no Brasil, não é mais possível um governo sem proceder modificações na base geracional, política, institucional. Isto é, uma administração desenvolvimentista que reflita as mudanças.
O ex-Governador Mão Santa, como qualquer ente político, fez mudanças na base institucional, política e administrativa do Estado. Como foi eleito, notadamente com o apoio da base popular, destronando um forte candidato com apoio das elites conservadoras piauienses, não aceitou compor com o PFL (atual – DEM), para que este partido integrasse o seu governo. E, justamente, por isso foi cassado. O partido e os seus aliados à frente o ex-senador e atual deputado federal Hugo Napoleão, bem como o ex-senador Heráclito Fortes impuseram a cassação do mandato do governador Mão Santa. Porém, esqueceu esse momento, juntou-se ao PFL e ao PSDB, para derrotar o governador Wellington Dias, que postulava a reeleição. Foi em vão. O PSDB e PPS, sem credibilidade, fracassaram no seu intento. Enquanto no governo, Mão Santa não negociou com o PFL, PSDB e outros partidos dessa coligação. Porém, o governador Wellington Dias (PT) não só recebeu o embasamento desse partido, como abriu espaço na sua administração para os seus filiados, alojando-os em cargos da administração estadual. Houve resistência do PT, mas Wellington manteve, pois controlava a agremiação, juntamente com a Secretária de Administração, profa. Refina Sousa.
O governador Wilson Martins (PSB) acolhe no governo gente que fez tudo para derrotá-lo. Um mérito pessoal, mas um erro político. E muitos que aderiram à sua coligação na undécima hora, estavam com o candidato Sílvio Mendes (PSDB). As pesquisas e os empates técnicos preponderaram na decisão do eleitorado. E a candidatura do senador João Vicente (PTB), também ao governo, deixava um vácuo na decisão do eleitorado. Eu nunca acreditei nas vitórias de João Vicente e Sílvio Mendes. A condição de vice-governador, do médico Wilson Martins, o forte apoio de Wellington, com altos índices de aceitação, e, mais que tudo isso a ousadia e a determinação de Wilson favoreciam intensamente a sua vitória, embora no 2° turno. Justamente porque Sílvio Mendes era também forte. Contudo, Wilson foi mais ousado, arrojado e decidido. E mais experiente na política.
Por isso, o Piauí continuará sem uma oposição forte e confiável. Os opositores são levados para o governo, após o embate eleitoral. O oposicionismo do deputado estadual Firmino Filho (PSDB) é louvável, no entanto, não terá muita repercussão. E por que não há opositores para acompanhá-lo. O governador Wilson Martins, como Mão Santa, não necessita de apoio do DEM e do PSD, embora o partido de Kassab, diferentemente do ex- PFL e/ou DEM, tem lideranças nacionais partidárias, não radicais, e, portanto, favoráveis ao dialogo governo e oposição. O radicalismo do DEM contra os governos Lula e agora contra Dilma não cria uma oposição confiável porque tudo o que o governo faz está errado, o que não procede. Um oposicionismo inconseqüente não constrói uma base oposicionista confiável.
O governador Wilson Martins compôs a sua administração, especialmente com os seus aliados e filiados do PSB, mas trouxe partidos que não apoiaram sua eleição na primeira hora, como PDT, PTB e PP. Posso assegurar ao governador que há filiados do PSB chateados com esse posicionamento, bem como conservadores que integram o governo, que ainda não desencarnaram o espírito do DEM, embora no PSB.