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>GRUPO CLAUDINO FAZ NOTA CONTRA O GOVERNO

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     Se o senador João Vicente Claudino, filho do empresário João Claudino, não fosse candidato ao governo do Estado pelo PTB, essa nota longérrima dos jornais Diário do Povo e Jornal Meio Norte, jamais seria publicada pelo Grupo Claudino. Ela atinge diretamente ao governador Wilson Martins (PSB). O grupo, na verdade, quer mostrar poder econômico. E dizer – é o que se lê nas entrelinhas – que não depende do governo, mesmo detendo um crédito de R$ 31 milhões para receber em obras construídas.
     É verdade também, que o deputado Robert Rios (PC do B) e aliado político do governador Wilson, já havia feito a denúncia da retirada de equipamentos em obras de responsabilidade do Grupo Claudino. Mas, o grupo não respondeu ao deputado. Exatamente porque o deputado do PC do B não seria o alvo predileto do grupo; porém, o governador porque concorre com o João Vicente ao governo. E mirando o Chefe do Executivo bate também no concorrente Wilson, que, por final, está à frente de JVC em todas as pesquisas.
     Wilson, como maior autoridade do Estado, mantém o equilíbrio. Contudo, falta de respeito tem limites e o governo agiu corretamente, ratificando apenas o que o deputado Robert Rios havia denunciado - retirada dos equipamentos dos canteiros de obra pela construtora do grupo.
     A turma do “deixa disso” deve estar na rua. O governo recentemente fez um pagamento ao grupo. Estava negociando. Pagando a dívida.
     Empresário, político, presidente de partido e com o filho senador e também presidente do PTB, pelo qual João Vicente postula o governo estadual, essa relação originou essa briga. O governador não deve abrir mão de suas prerrogativas a mostrar ao virtuoso empreendedor que o Estado repassou ao grupo inúmeros benefícios fiscais e financeiros e que tem o direito de fiscalizá-los e auditá-los a sua aplicação. Ainda não vi um empresário ganhar queda de braço com o Poder Público. A fragilidade do sistema empresarial brasileiro é muito grande.
     O governador Wilson Martins, para mostrar a sua isenção política, deve mandar o Secretário da Fazenda manter uma conversa como o grupo, mas com gente, que possa decidir. E se não houver este dialogo, alguém perderá, porém, com certeza, não será o Estado. O Grupo Claudino recebeu do Estado R$ 114 milhões. O Estado, com certeza, também lhe pagaria o restante R$ 30 milhões, mas o filho sendo concorrente de Wilson ao governo quis politizar a dívida; embora, repita-se, tendo recebido R$ 114 milhões. Mas, quando a gulodice é muito grande, engole o dono.