HISTÓRIAS DA AGRICULTURA DO PIAUÍ   IV

Engo. Agro. José Nerivaldo de Araújo

    Após exercer por um 1 ano e 3 meses a função de Supervisor Regional de Teresina, onde coordenei uma valorosa equipe de Engenheiros  Agrônomos, Médicos Veterinários e Técnicos Agrícolas, fui promovido, em março de 1973, para o cargo de Assessor de Agricultura no Escritório Central da ANCAR –PIAUÍ, cuja missão era propor as diretrizes que os extensionistas rurais deveriam utilizar para orientar os produtores assistidos pela ANCAR-PIAUI, bem como representar a ANCAR-PIAUI nos eventos ligados ao Setor Agrícola, promovidos pelo Ministério da Agricultura e pela Secretária da Agricultura. 
    Assim é que passei a integrar, como membro titular, a Comissão Estadual de Sementes Mudas do Piauí, que era coordenada pelo nosso saudoso Engenheiro Agrônomo Valdemar Ribeiro de Carvalho. Participei também da equipe que coordenava o I Encontro de Cajú no Piauí, promovido pela Secretária de Agricultura e Projeto Piauí, no período de 26 a 30 de março de 1973, cuja coordenação era do Publicitário Marcos Riso, membro do Projeto Piauí. 
    A partir de janeiro de 1974, assumi a Coordenação do Programa Trienal do Uso de Fertilizantes, cujo destino era a utilização deste importante insumo agrícola no Nordeste, tendo em vista que seu uso era bastante insignificante. O Programa era resultado de um convênio entre a FAO (que é a agência das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), e Instituições Nacionais como ANDA (Associação Nacional para Difusão de Adubos); ABCAR (Associação Brasileira de Crédito e Assistência Rural); BNB (Banco do Nordeste do Brasil) e ANCAR-PIAUÍ (Associação Nordestina de Crédito e Assistência Rural do Piauí). 
    No Piauí, foram instalados 100 ensaios de adubação das culturas de arroz, milho, feijão e algodão em 28 municípios piauienses. Estes ensaios constavam de 9 parcelas, uma sem adubação e 8 parcelas com diferentes níveis de adubação. Todo trabalho era feito em uma propriedade representativa da cultura a ser instalada e desde o plantio até a colheita. Nestes ensaios, os extensionistas promoviam reuniões, excursões e dias de campo. 
    Em 1975, com os resultados promissores alcançados o Secretário de Agricultura de então, o Engenheiro Agrônomo Odair da Silva Soares, acionou a COBAL(Companhia Brasileira de Alimentos) atual CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento), para comercializar fertilizantes aos agricultores interessados no uso deste insumo. Neste sentido foram comercializadas 2.000 toneladas de fertilizantes, atendendo mais de 400 agricultores. 
    Atualmente o uso de Fertilizantes é uma atividade bastante difundida, fazendo com que o Estado do Piauí se destaque na produção agrícola brasileira. Em 2019, segundo o Engenheiro Agrônomo Álvaro Raison Leite da Silva, Supervisor de Vendas da Fertipar –Fertilizantes do Maranhão Ltda, no Piauí, foram vendidas 523.293 toneladas de fertilizantes. 
    No âmbito da Secretaria da Agricultura, existia o PROJETO BOVIPI, que consistia em implantar tecnologia na criação de bovinos, como plantio de forrageiras, sanidade e manejo do rebanho, construções adequadas e introdução de matrizes e reprodutores, objetivando diminuir o tempo que o criador utilizava para abater seu rebanho que era de 7 a 8 anos para 2 a 3 anos. 
    Outro projeto muito importante era o MINERPI – que consistia na divulgação da necessidade de  utilização de Sal Mineral pelos criadores piauiense, trabalho este realizado pelos técnicos da Secretaria da Agricultura e da ANCAR-PIAUI, tendo em vista que muitos criadores perderam parte de seus rebanhos em virtude do ataque do Botulismo que é uma doença que ataca os bovinos com deficiência de minerais. Neste sentido a Secretaria da Agricultura instalou uma fábrica de sal mineral que produzia o SAL SAPI.
    Com este artigo encerramos os acontecimentos vivenciados por mim na Agricultura, na primeira gestão do Governador Alberto Silva, lembrando que foi no seu Governo que foi instalado o Parque Zoobotânico de Teresina.