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HOMENAGEM PARA JOAQUIM FORTES
Descendente de Piracuruca. Mais que isso: filho de Piracuruca. Um dos milhares de migrantes do Piauí. Deixara sua cidade terra-berço para residir em Teresina. Mas não foi nessa cidade, que cravou e desenvolvera sua inteligência. Na capital, para onde migrara, à procura de algo para materializar os sentimentos subjetivos que inquietavam sua capacidade intelectual na construção objetiva como artista e artesão. As condições na terra-natal eram insuficientes, precárias. Não havia espaço e material, campo de ação à larga que permitissem erguer e edificar o que impulsionava sua nascente e efervescente intranqüilizadora motivação intelectual. Nem sequer Teresina seria o campo de ação, embora haja sido antecipadamente o espaço-tempo para o desenvolvimento inicial das idéias. Talvez sua maturação. Porque foi em Piracuruca que elas se formaturam subjetivamente no prenúncio; porém, sem campo de ação adequado. Tampouco Teresina. Foi, entretanto, do outro lado do Rio Parnaíba, em Timon, que Noé Fortes e Joaquim Fortes encontraram o espaço-tempo para dar luz, objetividade e materialização às idéias pré-concedidas prenuncialmente em Piracuruca. Teve no pai o mestre-maior. Com ele, esculpiu e modelou as primeiras peças.Com ele , aprendeu as dificuldades de um mundo que se iniciava difícil, certamente hostil, mas muito promissor. Nem sequer imaginava, ainda em Piracuruca, que o trabalho herdado do pai iria singrar os mares, ganhar o mundo, ultrapassar as barreiras dos mares e chegar n’outros continentes, n’outros países, ser vendido para outros povos e embelezar casas de muitos ricasos mundo afora. Os produtos ganharam o planeta, foram negociados com outras nações, mas poucos sabem que sua origem foi em Piracuruca. Lá nascera a idéia pré-concedida da Cerâmica Fortes. O próprio nome fortalece a matéria. E Timon, é o vasto campo de ação da indústria que poderia ter sido em Piracuruca e Teresina, mas as condições técnicas, o mercado, a matéria-prima adequaram timon à idéia pré-concebida em Piracuruca. Poderia é verdade, ter sido instalado em qualquer outro lugar, em qualquer outro meio-físico, n’outro cenário, porque a inteligência se desenvolve onde o espaço-tempo propicia a execução e/ou materialização das idéias e pensamentos. Mas, afinal, modelam-se, escupiram-se e materializaram-se em Timon.
A Cerâmica Fortes, com Noé Fortes, prodigalizando e liderando a idéia inicial, agiganta-se. Segue para a terceira geração de industriais. Fortalece a concepção do produto, com sua crescente comercialização no mercado interno e os negócios no exterior com outras nações.
Tenho grandes lembranças dos irmãos Noé e Benedito. Eram amigos e parentes do meu pai Magno Pires. Visitavam meu genitor na Fazenda Monte Alegre em Batalha. Eram da mesma facção política – a velha UDN. Noé transferiu-se para Teresina. Aqui instalou uma vacaria. O irmão Benedito Fortes e magno Pires, meu pai, ficaram em Piracuruca e Batalha, pelejando com agropecuária intensiva e política. Noé ampliou seus negócios derivando para indústria ceramista, com apoio dos filhos e sua visão moderna e pioneira, legando à família e aos filhos Joaquim Antônio Fortes e ao médico Noé Fortes.
A homenagem a Joaquim Fortes, com afixação de um busto no parque da fábrica ao lado de outro, do idealizador da indústria, representa um símbolo-tributo à ousadia, à determinação e à coragem, e mais que isso, à inteligência intranqüilizadora de Joaquim Fortes, que agigantou e modernizou, a empresa não a deixando falecer como acontecera com as empresas Moraes S/A, Antônio Lopes e Raimundo Reis, todos da Velha Guarda, Casa Inglesa.... É , também, um contributo à eficiência e ao pioneirismo dos empreendedores Fortes.