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Interiorização foi uma das principais ações da Sesapi em 2011; Veja balanço
Lilian Martins em solenidade na Adapi - Santa Cruz do Piauí (Foto:Regis Falcão)
Apesar das dificuldades enfrentadas pela Secretaria de Estado da Saúde no ano passado, em virtude do incêndio ocorrido dia 24 de outubro no Centro Administrativo, 2011 foi um ano de importantes ações realizadas pela secretária Lilian Martins. A primeira delas e uma das mais significativas foi a escolha dos novos diretores dos hospitais regionais através de processo seletivo. Pela primeira vez o critério político deu lugar a um intenso trabalho de escolha.
Para Lilian Martins, ao longo do tempo as indicações políticas não foram satisfatórias na gestão dos hospitais. "Hoje não tem nenhum hospital sem plantão 24h e com pelo menos dois médicos", disse a gestora. O Piauí possui sete hospitais estaduais, dez hospitais regionais e 11 regionais da Saúde.
O novo modelo de escolha tinha como principal objetivo dar resolubilidade da assistência à saúde e o fortalecimento da atenção básica. Um exemplo claro de que a meta foi alcançada está em Corrente. O Hospital Regional João Pacheco Cavalcante passava por uma série de dificuldades até a escolha da nova gestão. “O hospital está bem melhor. Não temos mais problemas com médicos plantonistas e o material não falta mais”, diz Samara Rodrigues Sá, diretora da Unidade de Saúde.
Outro fator que melhorou o atendimento dos hospitais do interior foi a implantação do serviço de traumato-ortopedia. Iniciado em outubro nas unidades de saúde de Campo Maior, Piripiri, Oeiras e São Raimundo Nonato, o serviço evitou que vários pacientes fossem transferidos para Teresina.
Campo Maior atendeu nos meses de outubro e novembro 713 casos ortopédicos. Em Oeiras foram realizadas 30 cirurgias ortopédicas no mesmo período, em Piripiri foram 45. “O serviço de ortopedia passou a ser mais necessário do que o de obstetrícia. Só para termos uma ideia, em Picos de janeiro a julho, foram realizados 800 atendimentos ortopédicos, já partos normais tiveram 610”, disse Ernani Maia, Superintendente de Atenção à Saúde da Secretaria de Estado da Saúde.
Ainda com relação a unidades de saúde no interior, a Sesapi realizou repactuação com aproximadamente 50% das cidades que possuem Hospitais de Pequeno Porte municipalizados. “Essa repactuação vai melhorar a resolubilidade nesses locais”, lembra Ernani Maia.
As melhorias também chegaram aos hospitais da capital. Foi concluída a reforma e ampliação do Hospital Getúlio Vargas, Nathan Portela e Hospital da Dirceu Arcoverde (HPM). O maior hospital público do Piauí, por exemplo, passou a contar com um moderno Centro de Diagnóstico com aparelho de Ressonância Magnética, Mamógrafos e Tomógrafos.
O projeto do Centro Materno Infantil foi aprovado pelo Ministério da Saúde, sendo que R$ 46 milhões já estão assegurados para a obra.
Piauí passou a contar com duas novas UTIs em 2011
Duas novas Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) foram colocadas em funcionamento em 2011 no Piauí. A primeira delas começou a receber pacientes em abril na cidade de Floriano, Sul do Estado. A UTI do Hospital Regional Tibério Nunes, que possui dez leitos, ampliou o acesso da população a este tipo de serviço. No local havia apenas uma semi-intensiva.
“O Estado tem procurado descentralizar o número de leitos de UTIs da capital para o interior”, afirma o diretor em organização hospitalar, Telmo Mesquita.
Em Piripiri, por exemplo, cidade do Norte do Estado que também ganhou uma UTI no Hospital Chagas Rodrigues com sete leitos, vários municípios da região serão beneficiados. A UTI funciona com um médico intensivista, enfermeiros, fisioterapeutas e técnicos de enfermagem.
O Piauí possui hoje 73 leitos de UTIs. São 16 no HGV, nove no Hospital Infantil, dez no Hospital Dirceu Arcoverde, em Parnaíba, oito no Instituto de Doenças Tropicais Natan Portella e 30 na Maternidade Evangelina Rosa, entre leitos para adultos e neonatal. A maternidade possui ainda 20 UCIs, que são as Unidades de Cuidados Intermediários.
Outras ações da Sesapi em 2011
Foi implantado em Parnaíba através da Vigilância Sanitária do Estado, o Centro de Referência Regional de Saúde do Trabalhador (Cerest). Foram descentralizadas as ações da Vigilância para 45 municípios. A Sesapi realizou a VI Conferência Estadual de Saúde e lançou edital de concurso para a classificação de 3.628 candidatos.
Em abril, a Comissão Intergestora Bipartite da Secretaria de Estado da Saúde aprovou uma proposta de revisão da Programação Pactuada Integrada (PPI). O objetivo é evitar perdas na área de saúde nas cidades piauienses. É quando os municípios sentam para programar seus recursos. Determinadas cidades sabem quanto é necessário de recurso para a população, como por exemplo, com exames laboratoriais.
A última revisão da PPI aconteceu em 2005. A Comissão Intergestora Bipartite da Sesapi é formada por 16 membros, sendo oito dos municípios e o restante de técnicos da Secretaria de Saúde. A capital também participa.
Regionalização do Samu garante atendimento à população do interior do Piauí
O ano de 2011 também ficou marcado na Secretaria de Estado da Saúde pela regionalização do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu). Após a inauguração da Central de Regulação em Teresina no começo do ano, 18 cidades do Piauí passaram a contar com o serviço.
“Temos Samu no Território da Serra da Capivara, Chapada das Mangabeiras, Vale dos Rios Piauí e Itaueiras, Vale do Canindé e Alto Parnaíba”, destaca Cristhiane Rocha, diretora estadual do Samu.
Hoje, o Piauí possui quatro centrais do Samu, abrangendo 109 municípios. A população coberta pelo serviço ultrapassa os 2 milhões de habitantes. Mais de 70 ambulâncias foram entregues este ano.
“Mais veículos nas ruas melhora o atendimento à população, porém a parte humana é outro pilar fundamental para o funcionamento do Samu. Somos ‘samuzeiros’ de coração e por isso todos têm cursos de primeiros socorros, reforçando o atendimento dos pacientes e todo o Estado”, finaliza a diretora.
Sesapi implanta laboratório de H1N1 e de Influenza Sazonal
Desde outubro de 2011 o Piauí realiza exames que possibilitam o diagnóstico do vírus H1N1, causador da Gripe A. As amostras, que antes eram enviadas para São Paulo, agora são analisadas no Laboratório Central do Piauí (Lacen), através do laboratório de H1N1.
Antes, os exames colhidos no Piauí eram feitos no Instituto Adolfo Lutz, na capital paulista. O resultado demorava até dois meses para chegar ao Estado. “O objetivo do Laboratório é realizar as análises das amostras suspeitas de H1N1 no próprio Lacen, através da metodologia de Biologia Molecular. Anteriormente o Lacen só realizava os exames da Influenza Sazonal. O tempo para a entrega dos resultados será reduzido de um mês para no máximo uma semana”, explica a diretora do Lacen, Symonara Faustino.
Além do laboratório de H1N1, o Piauí passou a contar também com um laboratório de Influenza Sazonal, a popular gripe, além da automação no setor de Virologia do Lacen. “Será possível aumentar a capacidade de análises, além de aumentar a confiabilidade dos resultados, a velocidade na entrega e a redução dos custos sem incrementos na equipe, mantendo tão baixo quanto possível o custo operacional do laboratório”, afirma Symonara.
Os exames realizados pelo setor de virologia através de automação são HIV1/2, marcadores das hepatites virais (A, B e C), Toxoplasmose, Citomegalovírus, e Doença de Chagas.
Por Hérlon Moraes