MAIS UM DESASTRE SE ABATERÁ SOBRE O NORDESTE: INCORPORAÇÃO DO BNB PELO BNDES
MAIS UM DESASTRE SE ABATERÁ SOBRE O NORDESTE: INCORPORAÇÃO DO BNB PELO BNDES
Magno Pires
A proposta de fusão do BNB – Banco do Nordeste do Brasil com o BNDES, do Ministro da Economia, Paulo Guedes, será mais um desastre que se abaterá sobre o Nordeste brasileiro. Igualmente a um itsunami que devastará todos os negócios da região e trará insuportáveis e irrecuperáveis prejuízos à região e ao País. Porquanto aumentarão, irremediavelmente, as desigualdades regionais, já insuportáveis, e os desequilíbrios inter e intrapessoais de renda; com o aumento, consequentemente, da concentração da renda, favorecendo mais ainda a iniquidade da falta de sua distribuição, já assustadoramente existentes nas regiões mais pobres comparativamente às mais ricas do Sul, Sudeste e Centro-oeste.
O governo tucano e neoliberal e supostamente de esquerda de FHC transformou a SUDENE numa Agência de desenvolvimento; retirou-lhe todos os seus poderes políticos e financeiros, bem como o seu Conselho Deliberativo desvitalizando-a. Prometeu reerguê-la e jamais propôs. Esqueceu!...
Os governos petistas de Lula e Dilma, também da suposta esquerda, prometeram efetivamente revitalizar a SUDENE; inclusive criando projeto-de-Lei nesse sentido, porém, também ficaram nas promessas de campanha e de governo numa falácia de 13,5 anos de gestão, com enganações. Até um deputado federal baiano do PT, cujo nome não me lembro, andou pelos Estados do Nordeste angariando informações e dados necessários à formulação da proposta, a qual repousa nos escaninhos da Câmara dos Deputados. Certamente cheia de poeira, teia de aranha e mofo; pois, nem sequer um outro deputado nordestino desarquivou-a.
Portanto, além dessa desconsideração histórica relativamente à SUDENE dos governos FHC, Lula e Dilma, agora mais esse novo desastre sobre o Nordeste, com essa proposta maluca de fusão do BNB e do BNDES. Justamente quando se sabe que não é com políticas dessa natureza e dessa espécie que ativará a economia e a tirará da recessão. Mas resgatando os 65 milhões de brasileiros que estão no SERASA, os quatro milhões de empresas que estão no CADIN, baixar mais os juros (essa SELIC de 6,5% está muito alta. E, nesse patamar, favorece apenas aos banqueiros), extinguir a taxa de desemprego de 12,7%, equivalente a 12,7 milhões de desempregados. Estimular mais o crédito, mas com juros baixos, como em outros países, até mais pobres que o Brasil.
E aprovar apenas a reforma da Previdência, imprescindível e necessária, ainda não resolverá nosso problema relativamente ao desenvolvimento sustentável da economia, com fortalecimento dos fundamentos econômicos.
Entretanto, também sem aprovação da Reforma Tributária com introdução do IVA – Imposto de Valor Agregado, que é o outro sustentáculo da nossa proposta de desenvolvimento duradoura, permanecerá a gravidade de nossas contas públicas. E a Reforma Tributária terá fortes obstáculos nos Estados, especialmente os mais ricos, porque necessariamente perderão receita em prol das unidades federativas menos industrializadas.
Contudo, não há dúvida de que com a aprovação da Reforma da Previdência, o Governo terá alcançado e solucionado um dos maiores e mais graves problemas do Brasil.
Consequentemente, não será subtraindo poderes da SUDENE e da SUDAM, como fizeram irresponsavelmente FHC, Lula e Dilma e propondo a fusão e/ou incorporação do BNB com o BNDES que o ministro Paulo Guedes e o governo do presidente Bolsonaro resolverão os graves problemas da economia brasileira.
Aliás, eles só agravarão porque a medida recai sobre a região mais miserável do Brasil, com gravíssimos problemas estruturantes e de distribuição de renda, com milhares de miseráveis. Apenas o Piauí tem 1,4 milhão de pobres abaixo da linha da pobreza numa população de 3,2 milhões.
Essa proposta do Ministro da Economia, Paulo Gudes, não terá apoio de deputados e senadores, tampouco dos governadores; enfim, da sociedade, porque é visivelmente prejudicial e maléfica ao Nordeste e todos os seus negócios empresariais. E palmilhando este caminho controverso não terá votos suficientes à aprovação da Reforma da Previdência. E aí o governo do presidente estará encerrado prematuramente. É melhor o ministro Paulo Guedes carregar mais devagar o Andor porque o Santo é de barro. A moderação será o melhor caminho a ser seguido pelo Governo.
Magno Pires é Membro da Academia Piauiense de Letras, ex-Secretário de Administração do Piauí, Advogado da União (aposentado), jornalista, administrador de empresas, ex-consultor jurídico da Companhia Antactica Paulista (Hoje AMBEV) 32 anos. Portal www.magnopires.com.br com 114.089.700 acessos em 9 anos e cinco meses. e-mail: [email protected].