Medicina poderá ser carreira de Estado
Transformando a medicina em Carreira de Estado, como já ocorre com outras categorias no serviço público, o governo brasileiro solucionará um sério problema da saúde na administração pública nacional: a falta de profissionais da medicina em centenas de municípios brasileiros.
Os Procuradores Federais, Advogados da União, Defensores Públicos, Magistrados, Delegados Federais, Auditores da Receita Federal, Promotores dos Estados, dentre outras carreiras, todos enquadrados e/ou elevados à condição de profissionais do Estado, de conformidade com a constituição de 1988.
Em alguns Estados, como no Estado do Piauí, os profissionais de medicina já discutem o problema. E querem ampliar para um movimento nacional envolvendo toda a classe médica do Brasil. Inclusive escolhendo um representante do movimento em cada Estado para defender os interesses dos médicos, relativamente à transformação em Carreira de Estado.
O movimento prevê sensibilizar, inicialmente, senadores, deputados federais e estaduais, em cada Estado, e transformá-los em agentes de defesa do movimento e da classe médica no parlamento. Mas, sobretudo, médicos detentores de mandatos legislativos. O Piauí, por exemplo, está sendo pioneiro no movimento, espelhando-se na decisão do governador Wilson Martins que elevou, recentemente, a classe à categoria de Carreira de Estado, beneficiando-a com melhores salários centenas de médicos. Com o plano, médicos já se aposentam com R$ 13.500,00, exclusivamente por conta da Carreira de Estado.
O governo brasileiro só tende a se beneficiar com a decisão. O governo Wilson Martins acabou com os movimentos grevistas. Deixou a classe muito satisfeita, a qual pensa até em homenageá-lo pela sábia decisão de Estado.
Com a transformação do profissional médico à condição de Carreira do Estado ou de médicos do Estado, o Governo Federal terá solucionado esse grave problema da assistência médica brasileira onde dezenas e dezenas de municípios não dispõem de médicos. Justamente porque os prefeitos municipais não têm recursos para pagar satisfatoriamente esses profissionais. E acabará com brigas políticas entre os lideres municipais porque os médicos tornam-se líderes, gerando problema e aí criando dissidência com as lideranças locais. Essas brigas deixam as unidades administrativas municipais sem médicos. Além do pagamento dos salários que os prefeitos suspendem. Ou pagam salários irrisórios. Nessa condição, o médico deixa o municipio.
Ainda exemplificando com o governador do Piauí, Wilson Martins, que criou a Carreira de Estado dos médicos, viabilizou à Secretaria de Saúde do Piauí dotar os principais hospitais do Estado com equipes de médicos capacitados e detentores de especialização, mestrado e doutorado. Com atendimento de alta complexidade, para a satisfação da população desses municípios que ficam até 1.200 km da capital.
É o caso de se colocar, se o Piauí pode criar a carreira médica, por que o governo brasileiro não poderá fazer, com uma categoria de profissionais altamente essenciais ao país? E as condições técnicas e financeiras do Piauí, do governador Wilson Martins, são infinitamente menores que as do Chefe do Executivo Federal.
Os médicos querem o ministro Alexandre Padilha da Saúde, como aliado. Principalmente ele que trabalhou como sanitarista na Amazônia. Onde as condições de saúde não são boas. A Associação Piauiense de Medicina e o Sindicato dos Médicos farão campanha em todo o Brasil para sensibilizar a presidente Dilma Rousseff e o Ministro Alexandre Padilha da saúde. Certamente, o mais grave problema da assistência medica no Brasil, a falta de profissionais médicos em dezenas de municípios, será resolvido. O Piauí está à frente com a Carreira Médica do Estado. Decisão inédita do Governador Wilson Martins. Ora, se o Piauí fez, por que o Brasil não fará?
Magno Pires é advogado e Membro da Academia Piauiense de Letras – APL.
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