MUDOU POUCO DA CEPISA À ELETROBRAS...
O controle acionário da CEPISA – Centrais Elétricas do Piauí” foi transferido à Eletrobrás no Governo Mão Santa por R$ 150 milhões. Em três parcelas iguais e sucessivas de R$ 50 milhões, salvo engano. Os recursos foram destinados ao pagamento do décimo terceiro mês dos servidores públicos estaduais que estava atrasado. Havia ameaça de greve no Estado. Os serviços prestados pela concessionária eram ruins, péssimos mesmo, de má-qualidade, sem eficiência e produtividade. A CEPISA, era administrada pelo Governo do Estado do Piauí, cuja gestão geracional exercia forte influencia político-partidária, com afilhadismo, e repercussão negativa na produtividade, que era indesejável, para lá de ruim...
O governo de FHC notabilizou-se, em parte, pelo centralismo administrativo, econômico e financeiro, com forte ânsia nas privatizações. Essa dualidade conceptiva e conceitual, também impregnada de imprecisões e indecisões, motivou a perca da eleição de José Serra (PSDB) e abriu uma larga avenida à eleição vitoriosa de Lula e do PT. Os tucanos pagam pelos erros nas privatizações e na falta de firmeza na defesa de seus bons programas sociais que Lula os arrebatou como sendo todos de sua iniciativa, criados no seu governo petista.
Vendida a CEPISA, com o controle acionário comandado pelo Governo Federal, sob administração da Eletrobrás, todos imaginavam que o Estado do Piauí não teria mais nenhum grave problema energético, como os constantes apagões, queda da energia e as permanentes oscilações, com o fornecimento de energia de péssima qualidade. Porém, não é isso que está ocorrendo. A sociedade e os empresários continuam com um sistema energético péssimo. Embora a empresa concessionária negue o fato. No Sul do Piauí, principalmente na região dos cerrados, a situação é muito mais grave, com queda de energia, apagões, oscilações, queda de fase . Assim, bombas , geladeiras, televisão, rádios, bombas... são queimados. E quem paga o prejuízo?
Esses apagões, notoriamente em Parnaíba e Luis Correia, com dezesseis horas sem fornecimento energético mostram à sociedade o quanto a Eletrobrás está mal administrada no Estado, sem eficiência e eficácia, com alto grau de desídia de seus operadores. Especialmente na ocorrência de uma festa popular, como o carnaval, que arregimenta piauienses de todos os rincões, com público estimado em 400 mil pessoas, sem energia.
Ainda no governo de Mão Santa foi construída uma linha de alta tenção, partindo de Piripiri para Parnaíba com 122 km de extensão. Que essa linha resolveria, à época, o grave problema energético da região litorânea. Nada solucionado!!! Persiste a grave situação, que exaspera o Governador, deputados, empresários e toda a sociedade. E põe em risco a pouca credibilidade do sistema Eletrobrás.
Evidente que nenhum empresário investirá no Piauí, enquanto persistir a gravidade do sistema energético, com “apagões” gigantes como esse do último carnaval em Parnaíba, que deixou até o Chefe do Executivo do Piauí sem energia.
Ao governador Wilson Martins (PSB) restará entrar na Justiça para exigir da estatal federal providências imediatas e concretas, como volumosos investimentos na expansão das redes de transmissão, porque compreendo que a Barragem de Guadalupe, interligada à rede energética do Centro-Norte, ainda gera energia suficiente para abastecer aos consumidores piauienses. E acabe com essa eterna falta de competência da Eletrobrás-Piauí, para administrar o espólio legado pela CEPISA, assumido pela Eletrobrás, como a saída à solução da histórica falta de energia no Piauí e do péssimo gerenciamento da CEPISA/Eletrobrás.
*Magno Pires