Economia

O ASSALARIADO, OS PREÇOS E O MERCADO

O ASSALARIADO, OS PREÇOS E O MERCADO

O ASSALARIADO, OS PREÇOS E O MERCADO

 

Magno Pires

            A estrutura sócio-política-econômica e cultural do Brasil está profundamente combalida. Não está bem e a tendência é de se profundarem estas dificuldades, relativamente à população. É o resultado das relações do Estado e o complexo social que não estão devidamente alinhados.

            Nenhum povo do planeta. Nenhuma sociedade; nenhuma nação; nenhum país tornar-se-á regularmente desenvolvido se não obtiver as condições plenas quanto ao sistema econômico ou quanto às atividades econômicas para atender às necessidades primárias quanto à alimentação do povo.

            As estruturas sociais e econômicas do Brasil estão debilitadas e/ou esclerosadas; portanto, incapazes de atenderem às demandas da sociedade quanto ao emprego e renda, alimentação, estudo e/ou educação, vestimentas, transportes, etc.

            Os salários perderam completamente o valor de compra, de aquisição de produtos, especialmente quanto à alimentação.

            Pois, os preços dos produtos alimentícios no mercado aumentaram assustadoramente; consumiram os salários de todos, intensamente; especialmente dos que percebem salário mínimo e/ou aposentadorias baixas.

            O aumento desproporcional dos produtos, notadamente alimentícios, dragou a capacidade de compra daqueles que recebem salário-mínimo.

            Aqueles que percebem salário-mínimo ou um pouco acima deste valor, estão sem poder de compra; sem capacidade de adquirirem alimentos porque o valor salarial de aquisição de compra desse salário foi escrachado pelos constantes aumentos dos produtos no ponto de venda.

            Por conseguinte, uma multidão de brasileiros está passando fome, comendo mal, alimentando-se inadequadamente porque o salário que percebe foi dragado pelos persistentes e constantes aumentos dos preços determinados pela cadeia de venda, com a sua negociação espoliativa e extremamente prejudicial ao consumidor.

            Além da incapacidade de aquisição alimentar imprescindíveis à sua alimentação, os assalariados estão privados, consequentemente, de comprarem outros bens essenciais à sua sobrevida; justamente por conta do salário aviltado pelos aumentos persistentes de todos os produtos.

            Portanto, os brasileiros, na sua imensa maioria, estão passando necessidade; estão se alimentando mal; passando fome, em uma gravidade profunda e aviltante.

            O aumento constante dos preços dos produtos repercutiu, automaticamente na moeda, a qual está intensamente desvalorizada, perdendo o seu poder de compra e/ou aquisição dia após dia.

            Esta política de valorização nos preços, procedida inconsequentemente pelos empresários, está inviabilizando a cadeia produtiva, a qual reduz, com grande poder, o número e/ou quantidade de produtores e/ou empresários responsáveis pela produção dos alimentos e/ou outros objetos de consumo.

            Esta política, que diminui a quantidade de produção, acaba com o emprego, extingue a renda, empobrece o produtor, arrasa o mercado e o número de famílias só aumenta; com o Brasil escrachado e inviabilizado, em todas as estruturas sócio-política-econômica e cultural, inexoravelmente.

            Urge, portanto, uma ação urgente de governo, jamais com aumento do Bolsa Família, porém, com um vasto programa de aumento da industrialização do País; persistir com a agricultura; potencializar as energias para poder voltar a crescer para criar emprego e renda. E melhorar a cidadania

MAGNO PIRES é Diretor-geral do Instituto de Águas e Esgotos do Piauí – IAE-PI, Ex-Secretário de Administração do Piauí e ex-presidente da Fundação CEPRO, advogado da União (aposentado), professor, jornalista e ex-advogado da Cia. Antárctica Paulista (hoje AMBEV) por 32 anos e Vice-presidente da Academia Piauiense de Letras-APL.