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O PMDB E A CBF/FIFA
A presidente Dilma Rousseff está esticando muito a corda no seu relacionamento com a CBF/FIFA e o PMDB. Dando banca. Poderá ter conseqüências ruins e imprevisíveis. Notadamente quando as obras dos eventos de 2014 e 2016 se arrastam feito o bicho preguiça. A lentidão é fenomenal. O tratamento dispensado ao PMDB não é o mesmo recebido pelo PT, quando os ministros do partido da presidente Dilma Rousseff são também flagrados em desvio de conduta.
O Ministro Fernando Pimentel permanece intocável. Mas, o presidente do DNOCS, da cota do PMDB, foi exonerado. Fernando Bezerra (PSB), da Integral Nacional, continua no cargo. Porém, todos os ministros do PMDB foram demitidos. Os ministros Carlos Lupp (PDT) e Orlando Silva (PC do B) também foram defenestrados. A contestação do deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB), líder do partido na Câmara, é visceralmente procedente porque a agremiação tem o vice-presidente da República, Michel Temer, 80 deputados federais e 20 senadores. Contudo, nem sequer, por esse vasto patrimônio, é respeitado.
Mas, se a CBF e o presidente da FIFA, bem como o PMDB, entenderam de reagir alegando tratamento diferenciado entre pares; e o presidente da FIFA conceder um prazo para que o governo brasileiro conclua as obras necessárias à realização da copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016, sob a condição de largar o Brasil, o governo Dilma, embora a sua exuberante popularidade, terá que refundir toda a sua programação financeira e enfrentar o ódio dos brasileiros e de outros países que querem receber esses eventos internacionais. Fazem questão de recebê-los. Dilma esnoba.
A infraestrutura está atrasadíssima. Aeroportos, portos, hotéis, mobilidade urbana, campos de futebol... tudo feito o bicho preguiça. Há obra que nem sequer foi iniciada; e outras têm 10% realizados; nenhuma concluída. Se o presidente da FIFA, Joseph Blatter, e o PMDB cruzarem os braços, retirando os eventos do Brasil por falta de condições; e o PMDB deixar de apoiar o governo, a Administração Federal fracassará, tendo que recorrer ao prestígio de Lula para resolver o impasse, além de enfrentar serissimos problemas no Congresso Nacional – Senado e Câmara.
Dilma – ou baixa o fogo – ou terá uma séria crise política interna e internacional. Crise institucional. Blatter tem muito prestigio no planeta. Por isso, deve ser tratado mais adequadamente pela Presidente Dilma. O PMDB é o maior partido do Brasil. E detém capilaridade em todas as camadas sociais. Por conseguinte, merece outra consideração da petista. E foi o parceiro da primeira hora. O PT não administra sozinho o Brasil. Precisa do forte apoio e aliança do PMDB. Poderá dispensar outras agremiações, mas se perder o histórico partido de Ulisses Guimarães e do ex-peemedebista Mauro Covas, naufragará e/ou afundará em mar revolto com poucos salvavidas e/ou botes para salvá-lo. Collor de Melo subestimou os presidentes da Câmara, Ibsen Pinheiro, e do Senado, Mauro Benevides, e deu no que deu.
A estabilidade política democrática do pais, que se preserva através das duas casas congressuais (Senado e Câmara), precisa desse entendimento entre os partidos que lhe dão sustentabilidade. Alias, como a CBF/FIFA e o PMDB necessitam de mais (e maior) respeito e consideração da nossa presidente Dilma. Pede-se mais reflexão, ponderação e serenidade de Dilma. Pois, sem esse consenso entre as partes, as instituições enfraquecem, o regime desvanece, a presidente enfraquece e o pais perde.