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OS GOVERNDORES E O PRÉ-SAL
O veto da presidente Dilma Rousseff ao projeto da distribuição equitativa dos royalties da camada do pré-sal apenas consolidou a histórica política econômica dos sucessivos governos da União para preservar os interesses das grandes empresas estatais para grupos políticos. eminentemente sulistas.
A Petrobrás – empresa supostamente de todos os brasileiros – detém os seus mais expressivos investimentos no Sul do país, não somente, com a aplicação dos vultosos recursos públicos e privados, mas também, com a grande massa salarial paga para milhares de servidores residentes no Rio de Janeiro, no Espírito Santo e São Paulo.
A presidente Dilma Rousseff foi inicialmente filiada ao PDT do ex-governador Leonel Brizola. Posteriormente migrou para o PT. Com o presidente Lula, galgou o Ministério das Minas e Energia e depois foi nomeada para Chefe-da-Casa Civil da Presidência da República. Desempenhou bem as funções. Com essa origem ideológica e essa formação política todos os brasileiros aguardavam que não vetasse o projeto. Mas, lamentavelmente, ocorreu. Causou tristeza e muita decepção em todas as camadas do Brasil, especialmente entre os governadores, senadores, deputados, enfim, entre os agentes políticos. A presidente enveredou pelo mesmo caminho de Lula. Certamente teve os mesmos assessores do ex-presidente na concepção e na formação do projeto. Por isso, vetou.
O modelo de distribuição dos royalties, contido no projeto original aprovado pelo Congresso Nacional – Senado e Câmara, representava a descentralização dos recursos oriundos da exploração do pré-sal, consequentemente distribuição da renda entre os demais 25 Estados-Membros da Federação. Isso não foi levado em conta.
Os assessores econômicos da presidente entendem mais de política econômica, de projetos estratégicos e de distribuição de renda do que os senadores, os deputados federais e os 25 governadores do país . Os Chefes dos Executivos do Rio de Janeiro e Espírito Santo também têm mais compreensão e entendimento dos problemas nacionais que os demais 25 governadores. Derrubar o veto, deve ser a decisão número um dos governantes prejudicados, juntamente com os políticos com ascento nas duas casas congressuais. Principalmente porque o sentimento nacional foi desconsiderado e desmerecido pela presidente Dilma.
Carecerá à presidente, a partir do veto, as condições técnicas e políticas para salicitar qualquer apoio dos governadores. E esses deverão envidar todos os esforços para conseguir do Congresso a derrubada do veto. O Norte e Nordeste foram os mais prejudicados porque consomem os derivados do petróleo mais caros do país devido as grandes distâncias para transporte de produtos e mercadorias sabidamente oriundos em maior quantidade do Centro-Sul, maior centro industrial do Brasil.