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Pelo Iraque, EUA e Irã devem formar uma aliança inesperada

Pelo Iraque, EUA e Irã devem  formar uma aliança inesperada

Eles foram inimigos desde a Revolução Islâmica, em 1979. Foram inimigos durante os oito anos da guerra entre o Irã e Iraque (1980 - 1988). Foram adversários após a invasão do Iraque liderada pelos Estados Unidos em 2003 e também se enfrentaram por conta do programa nuclear do Irã. Mas, agora, Washington e Teerã têm um inimigo em comum - e isso vem levando os dois países a conversarem.
Um integrante do governo americano disse à BBC que a equipe de Barack Obama vem considerando negociações diretas com seus colegas iranianos devido à instabilidade no Iraque, especialmente após uma ofensiva militar sunita liderada pelo grupo extremista do ISIS (sigla em inglês do grupo islâmico Estado Islâmico no Iraque e no Levante).
O correspondente da BBC em Washington, Rajini Vaidya-nathan, informou que os antigos adversários compartilham os mesmos interesses por enfrentarem a crescente ameaça do ISIS, que capturou cidades iraquianas importantes como Mossul e Tikrit. Por isso, ambos estariam analisando um possível apoio militar ao governo o premiê iraquiano, Nouri Maliki.
Equilíbrio - Negociações diplomáticas ligadas à segurança regional entre Estados Unidos e Irã são raras, mas, segundo o analista diplomático da BBC, Jonathan Marcus, não são totalmente inéditas.
 "Já houve contatos importantes entre eles logo após os ataques de 11 de setembro. O Irã era fortemente contra o Talibã e seus aliados jihadistas na Al-Qaeda", diz Marcus.
"Maliki é um aliado próximo do Irã, mas Teerã está frustrada com o sectarismo xiita do líder iraquiano. Washington o vê como a melhor entre várias opções ruins e tem a esperança de que os iranianos o encorajem Maliki a ser mais inclusivo em sua política."
Para Marcus, no momento, o equilíbrio entre Washington e Teerã tem mudado dramaticamente desde a queda de Saddam Hussein, quando os EUA estavam numa posição dominante: "Agora provavelmente é Teerã quem vai estar no domínio das cartas."
Fonte: Diario do Povo