PESQUISAS LITERÁRIAS DO PASSADO E ESCRITOS DO PRESENTE/COTIDIANO
PESQUISAS LITERÁRIAS DO PASSADO E ESCRITOS DO PRESENTE/COTIDIANO
Magno Pires
As publicações de livros e trabalhos sobre a história de vultos e/ou pessoas ilustres do passado destinam-se e agradam, principalmente, aos historiadores e pesquisadores. E, talvez aos membros, ainda sobreviventes, da figura notável estudada e/ou rememorada na pesquisa. São também dirigidos/destinados para professores e estudantes de história. É um público restrito.
O levantamento de fatos e fotos pretéritos que renovam a história do bibliografado; e robustecem o estudo do ente pesquisado; conduzindo-o e/ou trazendo-o para a apreciação da sociedade no presente com atualizações ou não. A publicação é extremamente necessária.
Entretanto, esses estudos, interessam para poucos estudiosos. A sociedade, esse emaranhado complexo social, no presente, está mais preocupada, ligada e/ou apegada, e para usar um termo mais moderno antenada e relacionada com as ocorrências e fatos mais recentes e/ou registrados e acontecidos mais modernamente.
Mas, esta nossa colocação acima, não invalida esses estudos e análises; e, muito menos, desmerecem seus estudiosos, cientistas e pesquisadores. Quero, porém, evidenciar a sua importância, necessariedade e relevância.
Pois, o fundamento basilar e essencial à pesquisa científica é o levantamento exato e sério dos dados e/ou matérias, com diagnóstico consolidado e materializado, honesto, dessas pesquisas. Sem esse atributo, é impossível construir-se o resultado almejado. O estudo sério e cuidadoso das fontes.
Os pesquisadores de matérias, de genealogias, e de pessoas ilustres da história estão isentos das críticas da população e da imprensa, exceto se não conseguirem realizar fiel e honestamente o trabalho a que se lhes propuseram.
Evidente que pesquisar nunca foi tarefa fácil. Tampouco encantadora. E demanda tempo, paciência e prudência. E uma parte boa: o pesquisador e/ou estudioso não será importunado pela imprensa, pela sociedade, pelos parentes do estudioso, menos ainda responderá processos jurídicos. Porque a maioria dos seus ascendentes e descendent6es faleceram. Não há alguém para reclamar ou contestar.
E todos fogem do cerco da imprensa, dos críticos, para não se intimidar e/ou fracassar na análise justa desses livros; ninguém fará análise e comentários sobre a política, a gestão, a literatura, a ciência e os modernos movimentos sociais e políticos de rua, para não se comprometer com eventual decisão; de pessoa que se sinta molestada, prejudicada, injuriada e injustiçada com o material catalogado ou levantado.
Os pesquisadores de ilustres e notáveis da política, da economia, da administração pública, do direito, da literatura... do passado não estão sujeitos a desentender-se com alguém na sociedade e angariar inimizades pelo seu trabalho.
No entanto, quem escrever e fizer análises, comentários e diagnósticos sobre ilustres do presente, está sujeito a arrostar as intimidações e aborrecimentos, quase sempre irritadiços do alvo estudado pelo crítico e estudioso atual. Por isso, que poucos escrevem sobre a atualidade e o cotidiano. Os estudiosos do presente arcam possivelmente com as animosidades do literato estudado.
E, portanto, é mais fácil e mais cômodo estudar os homens do passado. Justamente, por isso, não receberá críticas e advertências do presente. Não angariará inimizades.
Registrar fatos e atos do presente, citando os nomes dos agentes, como fazem muitos jornalistas e alguns escritores, arrosta para o comentarista/jornalista resultados negativos. Mas fica explícito o exercício honesto e saudável da crítica na imprensa. E poucos toleram a ação democrática desta.
A intolerância com a imprensa e com jornalistas, com os pesquisadores e cientistas, é algo relativo ao nazismo e fascismo e aos regimes de direita, principalmente. Entretanto, os esquerdistas também não toleram a ação democrática da imprensa.
Reafirmo, por conseguinte, para concluir esta nossa análise sobre a reedição, publicação e lançamento de livros sobre a vida de pessoas ilustres do passado, sobre famílias, no presente, que não trará para os responsáveis por esse gênero de obra literária qualquer reação crítica; e, talvez, até a mais leve das observações e advertências. Diferentemente dos analistas desses atos, fatos e ocorrências feitas no cotidiano e/ou na atualidade. Quem fala do pretérito não é molestado, porém, quem falar do presente, receberá as bordoadas e reprimidas.
Magno Pires é Membro da Academia Piauiense de Letras, ex-Secretário da Administração do Piauí, Advogado da União (aposentado), jornalista, administrador de empresas, Portal www.magnopires.com.br, e-mail: [email protected].