Literatura
Piauí é o primeiro a ter Academia de Cordel
A sede do projeto Música para Todos sedia hoje, às 19h, a solenidade de lançamento da Academia Piauiense de Cordel. O Piauí é o primeiro dos estados a possuir a instituição que irá contar com o grande acervo de produções de cordel e dará suporte a todos os cordelistas e poetas populares da região.
A instituição terá duas salas, uma para a administração e outra para a cordeoteca, a biblioteca que irá abrigar um bom volume de produções de cordel. "Junto com os títulos que a Academia Brasileira de Literatura de Cordel- ABLC - está trazendo, mais os que já tenho- uma média de 16 mil títulos- teremos um bom volume de produções. Será uma grande biblioteca a serviço da população do Piauí", comente o poeta cordelista Pedro Costa.
A academia irá funcionar onde hoje é a sede da Fundação Nordestina de Cordel- Funcor. O endereço do local é Rua Jornalista Antonio Diniz, n° 2676, bairro Parque Itararé, zona Sudeste de Teresina.
Segundo Pedro Costa, o Piauí tem hoje um bom celeiro de poetas e profissionais liberais escrevendo cordel, motivo pelo qual o Estado foi privilegiado com a criação da academia. A instituição irá em-possar 35 membros, entre eles, Luis Carlos, Raimundo Uchôa, Dr. Juliano Feitosa, Zózimo Tavares, Pedro Mendes Ribeiro, Lázaro do Piauí, Vagner Ribeiro e Estela Carvalho.
A Academia Piauiense de Cordel foi idealizada em 21 de abril de 2012, período em que passou por um processo de adequação, formação de diretoria e aprovação de estatutos. Conforme Pedro Costa, a parte cartorial e de documentação foi requerida durante todo este tempo para que hoje o projeto pudesse estar pronto.
O presidente da Academia Brasileira de Literatura de Cordel- ABLC, Gonçalo Ferreira da Silva, fez questão de estar presente no Piauí para o lançamento da academia piauiense de cordel. Para Gonçalo, a academia é um excelente investimento para o Piauí, já que qualquer Estado, país ou nação precisa de uma instituição que dê suporte aos profissionais da área, neste caso, o cordel.
Gonçalo Ferreira também ressalta o privilégio do Estado em possuir uma academia de cordel, já o que existem por todo o Brasil são apenas cordeo-tecas. "A nossa ABLC é de am-plitude nacional, e, o que se expande pelo Brasil são cordeo-tecas. A ABLC tem 17 cor-deotecas como braço avançado dela em todo território nacional, com predominância absoluta no Nordeste", destaca.
Conforme Gonçalo Ferreira, já existiram tentativas de se implantar uma academia de cordel em outros locais, mas todas foram frustradas. A expectativa da academia brasileira é que o investimento no Piauí seja um sucesso. "É um privilégio pra o Estado, para o Brasil e para o mundo possuir uma instituição como essa, porque a literatura de cordel é um movimento cultural mundial, que os "pseudo intelectuais" tentaram esconder por largo período, mas viram que não tinha condição, porque a voz do povo é a voz de Deus", conta o presidente da ABLC.
Hoje não há mais uma visão estreita da literatura de cordel e nem marca divisória entre literatura oficial, padrão e literatura de cordel. Esta literatura po-de e está sendo mais expandida através dos canais de divulgação da literatura, ou seja, os centros culturais com os quais a ABLC tem ponte ininterrupta e permanente em todo o mundo, fato que tem mostrado a internacionalização da literatura de cordel de maneira efetiva.
Fonte: Diario do Povo