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RICOS DE ONTEM POBRES DE HOJE
O empresário Benjamin Steinbruch, diretor-presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e vice-presidente da FIESP, em artigo para a Folha de São Paulo, em 8/11/2011, sob o título “Novos Pobres”, acentua: “As previsões para os Estados Unidos e o Japão também são desalentadoras. Segundo a OCDE, os EUA deverão crescer apenas 1,7% em 2012 e o Japão entrará em recessão suave (-0,5%). Até a China abandonará o ritmo chinês de crescimento de dois dígitos e crescerá 8,6%. A Europa, que já apresenta crescimento muito baixo neste ano (a estimativa é de 1,6%) corre o risco de entrar em recessão em 2012. Na melhor das hipóteses haverá estagnação econômica – ressalta ainda Benjamin Steinbruch. Coloco essas anotações do empresário presidente da CSN porque em artigo de 16/11/2011, para este matutino, sob o título: “Emergentes salvam economia do planeta”, enfatizei essa previsão; e agora leio esse trabalho de Steinbruck sobre a situação da economia planetária e dos principais blocos econômicos – Estados Unidos, Europa, Japão – que enfrentam sérios e graves problemas econômicos, financeiros e sociais com o agravamento da crise mundial, coincidentemente tema semelhante ao que abordei n’aquela oportunidade. “Em duas reuniões do G20 de que participou (a última na semana passada), a presidente Dilma insistiu em uma mensagem básica: “O Brasil não acredita que a crise possa ser superada com a velha receita do corte de gastos, da recessão e do desemprego. O caminho é o estimulo ao crescimento, com geração de empregos e redução das desigualdades (sempre presente o problema da acentuada concentração de renda), bem como políticas fiscais e monetárias responsáveis, ou seja, não comandadas pelo conservadorismo” – coloca também o virtuoso empresário Benjamin Steinbruch. O ex-presidente Lula, quando presidente, acenou para as grandes economias planetárias que o Brasil poderia ajudá-las a sair do “buraco”, emprestando recursos àqueles paises em dificuldades; seria empréstimo ou aporte de recursos ao FMI. Uma forma de retribuir pelas diversas vezes em que o FMI e as nações que compõem o seu capital ajudaram ao governo brasileiro. Agora, a Presidente Dilma, secundando as suas palavras, reafirma que poderá contribuir com países em dificuldades, justamente os ricos de ontem é os “novos pobres” de hoje. “Para a formação do fundo europeu e também para elevar os recursos do FMI estão sendo convocadas até mesmo os países emergentes, entre os quais Brasil, Índia e China. Triste ironia: os novos pobres de hoje – enfatiza Benjamin, ainda em seu artigo para a Folha de São Paulo de 8/11/2011, p. B8 mercado. O poder público (sempre o poder público na dianteira) e a autoridade do Banco Central acionados para controlar “os juros irresponsavelmente altos – que promovem a entrada de capitais especulativos, distorcem a taxa cambial, aumentam os custos de capital, desequilibram o orçamento público pelo aumento dos gastos com encargos da dívida e encarecem financiamentos em geral”. E com responsabilidade e controle, cabe ao poder público manter, sem medo, os estímulos importantes ao financiamento de consumo e de investimentos em infraestrutura, na construção civil e em áreas estratégias como petróleo e energia – ainda Benjamin . Não há, no horizonte, sinais de que a economia mundial passa iniciar um período de recuperação. Todas a previsões indicam o contrario. Assim começa o artigo do empresário, vice-presidente da FIESP, e assim também concluo este nosso artigo.