Economia

Safra brasileira de grãos de 2014 será recorde

Safra brasileira de grãos de 2014 será recorde

No Café com a Presidenta desta segunda-feira (17), Dilma Rousseff comemorou a safra de 193 milhões de toneladas de grãos, o que deve colocar o Brasil como o maior produtor de soja do mundo. Segundo a presidenta, a safra recorde é resultado do esforço dos agricultores, do desenvolvimento de novas tecnologias para o campo e do apoio do governo.

Confira a entrevista na íntegra:

Apresentador: Olá, bom dia! Eu sou o Luciano Seixas e começa agora mais um Café com a Presidenta Dilma. Bom dia, presidenta!

Presidenta: Bom dia, Luciano! E bom dia para você que nos acompanha aqui no Café hoje!

Apresentador: Presidenta, hoje, eu queria falar sobre a agricultura brasileira, eu vi que a senhora esteve no Mato Grosso para o início da colheita de grãos. Então, conta aqui no Café, presidenta, como é que está a safra desse ano?

Presidenta: Olha, Luciano, quero te dizer que é muito bom conversar com você e com os nossos ouvintes sobre a agricultura brasileira. Nessa safra, Luciano, a produção de grãos será um recorde. Devemos atingir mais de 193 milhões de toneladas, de acordo com a avaliação da Conab. O Brasil vai alcançar, com esse recorde, a liderança mundial na produção de soja, mostrando a força da agricultura brasileira, o que é muito importante para o crescimento do nosso País, também para o abastecimento interno, para as exportações brasileiras e, assim, para o saldo da nossa balança comercial. A safra recorde de 2013/2014 é o resultado do esforço conjunto dos nossos produtores, do desenvolvimento de novas tecnologias para o campo e também, Luciano, do apoio dado pelos programas do governo aos agricultores do país. Nós colocamos R$ 136 bilhões à disposição dos médios e dos grandes produtores rurais para a safra de 2013/2014. Nós colocamos também R$ 21 bilhões para a agricultura familiar. Esses recursos vieram sob a forma de crédito, de seguro, de incentivo à agricultura sustentável, de tecnologia, enfim, de um conjunto de programas. Dos R$ 136 bilhões para o agronegócio, mais de R$ 91 bilhões de crédito já foram contratados pelos produtores. Houve um aumento de 50% em relação ao que foi contratado no mesmo período, lá em 2012. Você sabe por que, Luciano, nós estamos conseguindo esses fantásticos resultados?

Apresentador: Por que, presidenta?

Presidenta: Porque, além de aumentar o crédito, como eu já disse, nós reduzimos os juros e ampliamos os prazos do financiamento. Aí, nossos produtores puderam recorrer a mais crédito e, assim, investir mais. Eles compraram mais máquinas, mais equipamentos, modernizando os sistemas de irrigação. Aliás, vou fazer um parênteses para o Moderfrota, que permitiu uma verdadeira transformação na agricultura por meio do crédito barato para a compra das mais modernas máquinas. Eu operei duas delas, sempre com ajuda dos operadores, dos agricultores, e quero te dizer uma coisa: além da precisão com que essas máquinas colhem e plantam, elas oferecem um grande conforto para o operador, porque tem ar condicionado e são muito confortáveis, com instalações muito boas. Isso tudo é produtividade no campo. Eu vi o sucesso da nossa agricultura bem de perto, lá em Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso. Fiquei muito impressionada com a competência dos nossos produtores e com a qualidade da nossa produção. E é por isso que vou repetir o que disse aos agricultores, aliás, o que eu sempre digo, viu, Luciano: podem contar com o nosso apoio. Juntos, nós vamos continuar transformando o campo e gerando as riquezas para o Brasil.

Apresentador: A senhora falou em produtividade, e o uso de tecnologia é importante para melhorar a produtividade no campo. Como está, por exemplo, a procura pelo crédito para a compra de máquinas agrícolas, presidenta?

Presidenta: Como eu te disse, um sucesso. Ainda estamos na metade da safra e apenas os empréstimos do BNDES e de outros fundos para a compra de máquinas e equipamentos já somam R$ 8,7 bilhões. Com esse crédito, os nossos produtores estão comprando plantadeiras, colheitadeiras, tratores, caminhões e equipamentos de irrigação. Tudo da melhor tecnologia. Veja você que 83 mil máquinas agrícolas foram vendidas no ano passado, um crescimento de mais de 18% em relação a 2012. Isso é importante para a agricultura, que já é exemplo de produtividade e de sustentabilidade, e para que ela continue produzindo mais e cada vez melhor. Para você ter uma ideia, nas últimas duas décadas, nossa produção de grãos aumentou 221% enquanto que a área plantada cresceu 41%. Isso é a chamada produtividade na veia, e é isso que buscamos para todo o Brasil.

Apresentador: Isso também vale para as médias propriedades rurais, presidenta? O governo tem um programa específico para esses agricultores?

Presidenta: Olha, Luciano, o governo tem, sim, um programa específico para os médios produtores, que é uma linha do Plano Safra e que nós chamamos Pronamp. Para financiá-los, nós colocamos mais de R$ 13 bilhões de crédito com juros reduzidos. Baixamos os juros de 5% para 4,5% ao ano e ampliamos os limites de financiamento. Os resultados estão vindo bem rápido, Luciano, R$ 9,3 bilhões de crédito já foram contratados pelos médios produtores nesta safra. Um terço desse crédito foi usado na compra de máquinas e na melhoria das propriedades. São investimentos, por exemplo, na modernização dos sistemas de irrigação, na recuperação do solo e das pastagens, na melhoria das instalações ou na compra de tratores, colheitadeiras e ordenhadeiras.

Apresentador: Um dos grandes desafios da agricultura é produzir de forma sustentável, não é mesmo, presidenta?

Presidenta: Ah, Luciano, é verdade. Para apoiar nossos agricultores na adoção de práticas sustentáveis de produção, nós criamos o Programa ABC, Agricultura de Baixo Carbono. Com o Programa ABC, os agricultores têm crédito em condições muito favoráveis: juros de 5% ao ano e prazos de pagamento entre cinco e oito anos. E aí, implantam técnicas como o plantio direto na palha, a recuperação de pastagens degradadas, a integração lavoura-pecuária-floresta, a fixação biológica do nitrogênio no solo e o tratamento de resíduos animais. Nossos objetivos com o Programa ABC, Luciano, são dois: de um lado, diminuir a emissão de gases de efeito estufa, preservando os recursos naturais; e de outro, elevar, com isso, a produtividade na nossa agricultura. Por exemplo, Luciano, o plantio direto na palha não só é mais sustentável, mas também muito mais produtivo. A cada safra, mais e mais produtores têm adotado essas técnicas. E, por isso, temos também ampliado os recursos para o Programa ABC, que começou pequenininho, e nesta safra já tem R$ 4,5 bilhões disponíveis.

Apresentador: Presidenta, para atender uma agricultura tão eficiente como a nossa é preciso investir no armazenamento e também no escoamento da produção. Falando primeiro dos armazéns, como é que estão os investimentos para ampliar a capacidade de armazenagem no Brasil, presidenta?

Presidenta: Olha, Luciano, em relação à armazenagem, estamos fazendo duas coisas: primeiro, temos uma linha de crédito de R$ 25 bilhões para financiar a construção de armazéns privados nos próximos cinco anos. Então, Luciano, são praticamente R$ 5 bilhões por ano para financiar a armazenagem. São financiamentos com juros muito acessíveis, com três anos de carência e 15 anos de prazo para pagar. As condições são tão boas que R$ 2,5 bilhões foram contratados por produtores, pequenos, médios e grandes, cooperativas e cerealistas. Além disso, Luciano, estamos investindo R$ 500 milhões na construção e na modernização dos armazéns públicos. O nosso objetivo é dobrar a capacidade de estoque da Conab, principalmente nas regiões estratégicas para o abastecimento do nosso país.

Apresentador: Também é importante garantir o escoamento da safra, presidenta.

Presidenta: Esse é um desafio que exige grande esforço do governo. E, para enfrentar esse desafio, nós estamos combinando investimento em rodovias, ferrovias, hidrovias e nos portos brasileiros. Lá em Mato Grosso, por exemplo, estamos concluindo a pavimentação da BR-163, naquele trecho, Luciano, que vai de Guarantã do Norte até Santarém, no Pará. Fizemos a concessão do trecho que vai Sinop até a divisa do Mato Grosso do Sul com o Paraná. Nosso próximo passo é fazer a concessão do trecho entre Sinop e o porto de Miritituba, no Pará. Com isso, os portos da Região Norte passam a ser uma grande alternativa para o escoamento da produção, desafogando os portos de Santos, em São Paulo, e de Paranaguá, no Paraná. Uma coisa importante é que o modelo de concessões que adotamos para as rodovias garante a duplicação de, pelo menos, 10% da rodovia antes do início da cobrança do pedágio. Nós exigimos ainda que toda a obra de duplicação seja feita no prazo de cinco anos para beneficiar rapidamente os produtores e os consumidores. A gente garante, assim, a infraestrutura necessária para o transporte da nossa safra com muito mais rapidez e segurança, o que ajuda a diminuir o chamado custo Brasil. E isso, Luciano, é fundamental.

Apresentador: Essas obras nas rodovias vão se integrar às ferrovias que estão em construção, não é, presidenta?

Presidenta: Com certeza, Luciano! Nossa prioridade agora é fazer a Ferrovia de Integração Centro-Oeste, a Fico, que terá 880km ligando Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso, a Campinorte, em Goiás, e, daí, pela Ferrovia Norte-Sul, aos portos do Norte, do Sul e Sudeste. A Fico vai contribuir para uma verdadeira transformação logística de nosso País. Estamos também, Luciano, buscando soluções imediatas para melhorar o escoamento da safra que começa a ser colhida agora, como, por exemplo, o agendamento dos caminhões com destino ao porto de Santos.

 

Apresentador: Presidenta, eu sei que a gente ainda tem muita coisa para conversar sobre a agricultura brasileira, mas, infelizmente, o nosso tempo acabou.

Presidenta: É uma pena, Luciano, porque o sucesso e a grandeza da agricultura brasileira rendem muita conversa. Estamos apoiando os nossos produtores, Luciano, dando a nossa parte, que são as condições para colocar a nossa agricultura entre as melhores e as mais modernas do mundo. Eu volto na semana que vem, Luciano, e aí nós vamos conversar sobre a agricultura familiar, que também cresce, se moderniza e ganha cada vez mais importância em nosso País. Muito obrigada, Luciano. Uma boa semana para você e um abraço para os nossos ouvintes, especialmente para os nossos batalhadores e queridos agricultores. Até a semana que vem, Luciano!

Apresentador: Obrigado, presidenta. Você que nos ouve pode acessar o Café com a Presidenta na internet, o endereço é www.brasil.gov.br. Nós voltamos na próxima segunda-feira. Até lá!

Fonte:
Empresa Brasil de Comunicação