Samarco vai construir adutora e fazer cadastro de afetados, diz ministro
O ministro da Integração Nacional, Gilberto Magalhães Occhi, disse nesta sexta-feira (20), em visita a Governador Valadares (MG), que a água captada no rio Doce está em condição de normalidade e pode ser consumida pela população da região, após o tradicional tratamento feito pelas companhias locais de saneamento.
“A qualidade da água do rio Doce, tratada em seus diversos trechos, é normal e passível de ser tomada, de ser usada por toda a população”, afirmou. “Não há risco de contaminação do rio, não há metais pesados no rio. Queremos garantir à população que a água tem sua qualidade normal e está sendo abastecida de maneira normal", acrescentou.
No início desse mês, o rompimento e transbordamento de duas barragens mantidas pela mineradora Samarco no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG), provocou uma avalanche de lama que se espalhou pela bacia do rio Doce e já chegou ao Espírito Santo, provocando o temor de que o desastre pudesse comprometer o abastecimento de água de algumas cidades, incluindo Governador Valadares.
O presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu Guillo, que acompanha Occhi, reforçou que a água captada no rio Doce pode ser consumida pela população normalmente.
“Os dados de que a Agência Nacional de Águas dispõem, feitos juntamente com a CPRM [Serviço Geológico do Brasil], apontam que após a onda inicial, a onda de passagem da lama, [a água] apresenta condições de normais [em comparação às medições] do histórico desse rio, que é um rio que tem como característica uma intensa mineração”, disse.
Guillo negou a hipótese de presença de mercúrio e arsênio na água do rio Doce. Segundo o presidente da Ana, os laudos da agência e do CPRM indicam “tranquilidade em relação à situação do rio".
Construção de adutora
O ministro da Integração Nacional também disse que a mineradora Samarco se comprometeu a elaborar um projeto para a construção de uma adutora nos rios Suaçuí Grande e Suaçuí Pequeno.
“Isso vai trazer uma alternativa para o futuro da segurança hídrica de Governador Valadares”, avaliou, afirmando que uma equipe da mineradora chegará à cidade na segunda-feira para dar início à elaboração do projeto.
Occhi adicionou que a mineradora também se comprometeu a fazer o cadastramento das famílias ribeirinhas cujas atividades foram prejudicadas pela lama do rio após o rompimento da barragem. Esse levantamento contemplará, por exemplo, pescadores, grandes e pequenos agricultores.
Emergência
Segundo o ministro, o governo federal irá analisar o pedido do reconhecimento de emergência ou de calamidade em Governador Valadares. Occhi acrescentou que, se isso se confirmar, o governo federal comunicará a Caixa Econômica para liberar parte do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) dos trabalhadores da cidade que forem prejudicados pelo desastre, como já ocorreu com os moradores de Mariana. O saque é limitado a R$ 6.220,00.
Fonte: Portal Brasil