Saudade
Saudade
I
Mais que um sofrimento, é dor renida,
Reencarna de um ancestral lamento,
A cada instante dói, cresce como vento,
Na alma sem perdão ela faz morada.
II
É sombra que se estende triste, consagrada,
Veneno que percorre o coração batendo
Em cada passo, é culpa, como em um tormento,
Tece no peito a dor da vida acabada.
III
A saudade rege o tempo, em torpor calado,
Relógio sem ponteiros, que o tempo cobre,
Indescritível, como o grito do silêncio
IV
Dentro dela, o medo rasteja e consome,
A falsa alegria que o abismo encobre,
É a lágrima que desce, como um rio gelado.
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Frederico A. Rebelo Torres, Brazil