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SECA: CARRO-DE-BOI E CARRO-PIPA

Símbolo emblemático do Brasil colonial; serviu de suporte para o transporte da cana-de-açucar e do cacau e ainda existe, como meio de transporte, nas regiões mais atrasadas do pais, inclusive em pequenas fazendas no Norte e Nordeste, mas está chegando ao fim como equipamento de trabalho de pequenas propriedades rurais. O carro-de-boi começou a ser substituído por caminhões com a implantação da indústria automobilística no governo inovador de Juscelino Kubitschek. Entretanto, antes do carro-de-boi, os burros e jumentos, especialmente estes, eram as forças do transporte de carga dos senhores feudais. Os jumentos também transportavam a água em ancoretas utilizadas nas propriedades. O homem, porém, na sua inteligência evolutiva histórica e econômica racional foi aperfeiçoando os equipamentos e máquinas de trabalho, com o objetivo de aumentar a produção pela demanda de mais alimentos e pelas transações comerciais. E nesse desenvolvimento de atividades, construiu o trem, os caminhões de carga e o avião. Contudo, também nesse evoluir permanente e constante, criou o carro-pipa, já no século passado, para substituir os jumentos carregando água nas ancoretas, desativando, por fim, a lata d’agua na cabeça que acabou com a coluna vertebral de milhões de escravos, empregados domésticos e índios domesticados. Os carros-pipas tiveram grande utilização nas secas permanentes que assolavam o Nordeste do século passado. Mas, desde o Imperador Pedro I, que prometera eliminar o fenômeno, que também não resolveu o problema, chegando aos nossos dias. A SUDENE, através de sua Coordenadoria da Defesa Civil, contratava milhares de carros; no entanto, sem o vício da politização no pagamento dos alugueis. A SUDENE e o então Ministério do Interior serviram bem à época; porém, poderiam ter eliminado o fenômeno da seca com a construção de adutoras como faz o Governador Wilson Martins e fizera Wellington Dias com a adutora do Garricho. Era outro tempo, as oligarquias políticas regionais exerciam um poder fantástico e os governantes, também a União, se submeteram a esses fortíssimos esquemas políticos conservadores ortodoxos. E os vícios preexistem neste século. Exclusivamente no Piauí, a Seca já atinge 192 municípios e cerca de um milhão de piauienses vivem o drama histórico responsável pelo êxodo rural e a forte migração interna do país. E morte de milhares. Modernamente, o governo constroi cisternas, reabre minadouros, constroi barragens, mas o desgraçado do carro-pipa também coexiste, como símbolo de atraso do um período cultural ainda vivo. Todavia, o governador Wilson Martins lançará uma licitação para construir a maior adutora do Nordeste, levando água do vale do Gurgueia, dos seus poços jorrantes, numa extensão de 690 km, para vários municípios do semiarido piauiense. Com essa obra, o carro-pipa será definidamente desativado. E o fantasma da seca desaparecerá. Será a maior obra do Chefe do Executivo juntamente com o RODOANEL e a Transcerrados.