Direito

SILÊNCIO DA MADRUGADA

*Magno Pires

         Aparentemente parece infinito. Nenhum veículo, tampouco uma pessoa perambulando. Nem os boêmios trafegam às  2h:45 min  da manhã. Nenhum zunido. Silêncio profundo e preocupante. Insultante... irritante. Penetrante, até intimida. Tudo está paralisado. Nem sequer o vento quente de setembro  aparece. As árvores, todas imóveis, mesmo o cajueiro, com alguns frutos, bem como a mangueira. Os pássaros também dormem. Os morcegos surgem com  seus vôos rasantes. Tento ver um rato, também não existe, mas a saúde agradece. Nem as formigas caminham no terraço. A cidade numa mansidão completa. Os policiais, que também são raros, não fazem as rondas. Os edifícios e as casas com raras luzes acessas iluminando a noite. A tranqüilidade absorve a cidade, tomou o espaço total e nenhum ser está acordado: nem ratos, pássaros, sapos, formigas, morcegos, nenhum mesmo. Os pardais, com o seu canto irritante também estão dormindo, embora madrugadores. O bentevi, que também acorda cedo, não aparece. Agora, agora mesmo, às 3h: 10min, ouço o canto do rouxinol, que logo silencia, mas o silêncio preocupante volta imediatamente, com Teresina, pelo menos no Joquei, se esparramando no silêncio inebriante, de sosseguidão eterna, que parece uma metrópole sem os problemas que afligem todas as cidades do planeta. As pessoas sem emprego, sem renda, são condições de sobrevivência, embora o Bolsa Família e outros programas de proteção social. Impera a má destruição de renda.

         Levanto, ouço outra vez o rouxinol acordado, porém, não passa nenhum carro,  nenhuma pessoa, entretanto, um vento entremeado de quente e frio, sendo, contudo, mais quente, passa; Contudo, logo desaparece ao infinito do silêncio madrugal, com prenuncio de retorno à distancia, muito distante mesmo, parecem aspergir-se sobre toda Teresina. Parece mesmo. É uma visão destorcida porque nem toda Teresina é tão iluminada como no Jockei Clube. Os bairros periféricos têm pouco iluminação. Os administradores cuidam, principalmente das ruas e avenidas centrais, onde não faltam os equipamentos públicos essenciais. Nelas têm mais gente e votos a pagarem esses benefícios. Enquanto as demais pessoas são alijadas dessas proteções – porque residem na periferia e criticam a ação pública discriminatória.

         Agora, contudo, são 3h: 30 min da manhã. A tranqüilidade ainda exerce sobre a cidade sua serenidade  (in)finita num silêncio que nem sequer os pardais, com os seus cantos irritantes, e o bentevi, com o seu canto melódico, balbuciam, anunciando o começo do fim da noite. Mas também o crepúsculo da manhã, que saúda o final da noite. E não vislumbra, não sinalisa, para o seu início, com o nascimento do sol, que anuncia a sua aurora, com o seu aparecer. Porém, ainda são 3h:40min. Entretanto, os carros, as pessoas, a policia, os pássaros... nem sequer os pardais, anunciam que estão acordando e para enfrentar o calor desértico de 42 graus, que Teresina é campeã e o piauiense agüenta e gosta...

*Magno Pires
         Aparentemente parece infinito. Nenhum veículo, tampouco uma pessoa perambulando. Nem os boêmios trafegam às 2h:45 min  da manhã. Nenhum zunido. Silêncio profundo e preocupante. Insultante... irritante. Penetrante, até intimida. Tudo está paralisado. Nem sequer o vento quente de setembro aparece. As árvores, todas imóveis, mesmo o cajueiro, com alguns frutos, bem como a mangueira. Os pássaros também dormem. Os morcegos surgem com seus vôos rasantes. Tento ver um rato, também não existe, mas a saúde agradece. Nem as formigas caminham no terraço. A cidade numa mansidão completa. Os policiais, que também são raros, não fazem as rondas. Os edifícios e as casas com raras luzes acessas iluminando a noite. A tranqüilidade absorve a cidade, tomou o espaço total e nenhum ser está acordado: nem ratos, pássaros, sapos, formigas, morcegos, nenhum mesmo. Os pardais, com o seu canto irritante também estão dormindo, embora madrugadores. O bentevi, que também acorda cedo, não aparece. Agora, agora mesmo, às 3h: 10min, ouço o canto do rouxinol, que logo silencia, mas o silêncio preocupante volta imediatamente, com Teresina, pelo menos no Joquei, se esparramando no silêncio inebriante, de sosseguidão eterna, que parece uma metrópole sem os problemas que afligem todas as cidades do planeta. As pessoas sem emprego, sem renda, são condições de sobrevivência, embora o Bolsa Família e outros programas de proteção social. Impera a má destruição de renda.
         Levanto, ouço outra vez o rouxinol acordado, porém, não passa nenhum carro, nenhuma pessoa, entretanto, um vento entremeado de quente e frio, sendo, contudo, mais quente, passa; Contudo, logo desaparece ao infinito do silêncio madrugal, com prenuncio de retorno à distancia, muito distante mesmo, parecem aspergir-se sobre toda Teresina. Parece mesmo. É uma visão destorcida porque nem toda Teresina é tão iluminada como no Jockei Clube. Os bairros periféricos têm pouco iluminação. Os administradores cuidam, principalmente das ruas e avenidas centrais, onde não faltam os equipamentos públicos essenciais. Nelas têm mais gente e votos a pagarem esses benefícios. Enquanto as demais pessoas são alijadas dessas proteções – porque residem na periferia e criticam a ação pública discriminatória.
         Agora, contudo, são 3h: 30 min da manhã. A tranqüilidade ainda exerce sobre a cidade sua serenidade (in)finita num silêncio que nem sequer os pardais, com os seus cantos irritantes, e o bentevi, com o seu canto melódico, balbuciam, anunciando o começo do fim da noite. Mas também o crepúsculo da manhã, que saúda o final da noite. E não vislumbra, não sinalisa, para o seu início, com o nascimento do sol, que anuncia a sua aurora, com o seu aparecer. Porém, ainda são 3h:40min. Entretanto, os carros, as pessoas, a policia, os pássaros... nem sequer os pardais, anunciam que estão acordando e para enfrentar o calor desértico de 42 graus, que Teresina é campeã e o piauiense agüenta e gosta...