TRIBUTO AO FUNDADOR DO GRUPO O DIA

Magno Pires

O jornal “O Dia”, ao completar 69 anos de existência, consagra-se como o mais antigo e maior Meio de Comunicação Social da mídia impressa no Estado. Superando-se, em antiguidade, existência e “líder em credibilidade”; vencendo as barreiras terríveis da competição da rede social e/ou internet; mantendo o padrão histórico tradicional, sem reduzir e/ou diminuir o tamanho gráfico; assegurando informações e notícias verdadeiras de conteúdo social, ético e moral; materializando honestamente o conteúdo noticioso. Esse seu padrão técnico consolida o verdadeiro sentido democrático e real que imprime à informação noticiosa repassada à sociedade.

            Escrevi os meus primeiros trabalhos e/ou artigos para o jornal “O Dia” em 1967, há 53 anos, aos 25 anos e sua divulgação foi autorizada pelo meu amigo, colega jornalista e acadêmico José Lopes dos Santos. Portanto, o jornalista, advogado e político José Lopes, foi o responsável, posteriormente pela minha amizade com o Coronel Otávio Miranda, proprietário de “O Dia”.

            Conheço, consequentemente, todo o trabalho empenhado e construído pelo Coronel Miranda para manter e preservar o mais tradicional meio de comunicação jornalístico do Piauí. Não foi fácil. Foi muito, muito mesmo, difícil. E vencera porque era detentor de uma vontade pessoal fantástica, determinado, atávico, arrojado e de um empenho enorme. Jamais se deixou vencer pelas intransponíveis dificuldades. Vencera-as intrépidas e corajosamente.

            Acompanhei a trajetória do Coronel Otávio Miranda por longos anos. Era seu amigo. Morando no Recife, mantive a amizade, admiração e o apreço por esse notável homem público e empresário da comunicação, da indústria cerâmica, do cooperativismo (Comista) e do setor imobiliário, realizando os primeiros loteamentos no Jóquei Clube. Foi inovador – repita-se – na informação e comunicação, no cooperativismo e na construção imobiliária.

            Poucos sabem: mas o Coronel montou uma sociedade de planejamento com o colega de farda e amigo, Cel. Raul da Cruz Lima Jr., ex-comandante do BEC – Batalhão de Engenharia e Construção do Piauí, para atuar no Piauí e no Nordeste na área de planejamento econômico, com programação à elaboração de propostas de projetos industriais, agroindustriais e agropecuárias, para implantação na região com o apoio dos incentivos fiscais e financeiros da SUDENE.

            Trabalhei com o Cel. Miranda e o cel.. Cruz Lima, como representante da DENEL LTDA na SUDENE. Acompanhei e assessorei várias iniciativas suas. Inclusive o projeto de implantação da Antáctica no Piauí. A DENEL mantinha contrato de prestação de serviços na área de planejamento com Cia Antáctica Paulista. E, daí, adveio também a minha primeira contratação como advogado pela grande indústria cervejeira, com sede em São Paulo e abrangência em todo o Brasil, presidida pelos empresários alemães Walter Belian Rappa e a irmã Erna Wernsdorff Belian Rappa.

            Fui também representante da Comista no Recife. E, de lá, escrevia os artigos para o jornal “O Dia”; Este jornal se fortaleceu muito no período militar. Justamente pela condição do Coronel Miranda e do cel. Raul como oficiais da reserva do Exército Brasileiro.

            Com o falecimento desse inovador e extraordinário empreendedor piauiense, a gestão do jornal e das demais empresas foi repassada aos filhos Valcira, Walmor e Wilmar Miranda, que mantiveram os negócios, com as dificuldades naturais, em toda sucessão, para, afinal, liquidarem, honradamente, a conclusão da partilha hereditária, com a sobrevivência do jornal “O Dia”, da rádio, da gráfica etc, etc.

            O certo e o correto, em todo o processo de transição, é que os herdeiros do patrimônio legado pelo Cel. Otávio Miranda, mantiveram intacto e operando, e adaptando aos avanços tecnológicos e científicos necessários à operacionalização e continuidade do grupo de comunicação. Não deixando sucumbir à falência, como outros grupos tradicionais, familiares, industriais e comerciais do Estado. Foi mérito da serenidade dos gestores, empresários, herdeiros e familiares na transação e negociação.

            O jornal “O Dia”, a rádio, a gráfica e a televisão e o Diário Oficial dos Municípios estão preservados e funcionando regularmente, como salutar exemplo de coerência, da serenidade, do legado material/patrimonial, ética e moral repassado à família. E, assim, o Grupo empresarial de comunicação é administrado conjuntamente pelo filho Valmir Miranda, em sociedade acionária, com o empresário, jornalista e advogado Paiva Igreja, que tornou-se coproprietário do Grupo. E nessa ótica, o Estado não perdeu uma empresa jornalística e o Jornal “O Dia”, com tantos serviços relevantes prestados ao Piauí, desde o inesquecível fundador Cel. Otávio Miranda e os seus auxiliares, como Carivaldo Marques, diretor Industrial, que jamais deixou o grupo, sendo um dos seus eminentes construtores.

Foto: Coronel Otávio Miranda, proprietário de “O Dia"

Magno Pires é Membro da Academia Piauiense de Letras e o Vice-presidente, ex-Secretário da Administração do Piauí, Advogado da União (aposentado), jornalista, administrador de empresas, Portal www.magnopires.com.br, e-mail: [email protected].