Literatura

Uma crônica ao documentário “Barras do Marataoã e da Saudade”

Uma crônica ao documentário “Barras do Marataoã e da Saudade”

Chico Acoram

 

Não passava das sete horas da manhã de ontem (07/agosto), quando eu e meu estimado amigo e cordelista Francisco de Almeida, a bordo de seu confortável veículo, já estávamos na PI-113 com destino a minha querida terra natal Barras do Marataoã para assistirmos à projeção do documentário “Barras do Marataoã e da Saudade” produzido pelo escritor, romancista e poeta Elmar Carvalho, com a edição de Claucio Ciarlini.

 

Dias antes, eu e o poeta Francisco de Almeida tínhamos recebido do nosso amigo Elmar Carvalho um convite para participarmos da solenidade do lançamento do mencionado documentário a ser exibido, a partir das 9 horas do dia 07 de agosto do ano corrente, no Auditório Monsenhor Uchoa localizado no centro histórico de Barras, com palestra e debate sobre o vídeo.

 

Ao adentrarmos no recinto, observamos que o Auditório Monsenhor Uchoa (capacidade para 200 pessoas sentadas) estava quase que completamente lotado, restando algumas poucas poltronas vazias. O público era formado, na maioria, por estudantes, professores, funcionários e outros convidados. Alguém que estava no corredor, gentilmente nos apontou duas delas para nos sentarmos. Feita a apresentação do autor do documentário e as considerações preliminares, iniciou-se a projeção do vídeo.

 

“Barras do Marataoã e da Saudade”, assim começou a exibição do vídeo na voz bela e compassada do autor do documentário, o ilustre escritor, romancista e poeta Elmar Carvalho. Ressalte-se que Elmar não é barrense de nascimento, mas nas suas veias corre o sangue de barrense. Seu pai, Miguel Arcângelo de Deus Carvalho, nasceu em Barras, assim como seus ancestrais. Por essa razão, Elmar Carvalho embora tenha nascido em Campo Maior é, como ele próprio se declara, um barrense de coração. Agora, Elmar, um irmão barrense de coração, vem presentear aos filhos de Barras do Marataoã com esse importante e valioso documentário. Aliás, um verdadeiro tesouro em forma de imagens, melodias, palavras e poesias, com muitas emoções.

 

Confesso que, à medida que o vídeo ia sendo projetado na tela, minhas recordações eram exibidas em minha mente. Era como se fosse um filme, em longa-metragem, a me mostrar o habitat natural de um menino que aos oito ano de idade teve que partir com sua família para outra cidade. Meus olhos marejavam enquanto refletiam na tela as fotos e imagens do rio Marataoã, a antiga “Rua Grande”, as praças, as ruas, o antigo teatro, a igreja, a ponte, as matas, os pássaros, minha casa, meus pais e meus avós. Muito emocionante!

 

“The End”. As luzes se acenderam. O distinto público barrense aplaudiu bastante a exibição do documentário. Para encerrar o espetáculo com chave de ouro, protagonista declamou o belíssimo poema “Barras das Sete Barras” de sua autoria:

 

“Barras ...
Barras do Marataoan ...
Dos cânticos de pássaros
e cântaros e címbalos de águas
em cantatas e cascatas
no rocio róseo-violáceo da manhã.
Barras das sete barras
– candelabro de sete braços de prata
líquida a escorregar macia
no dorso duro das pedras (...)”

Todo o auditório ficou de pé para, mais uma vez, aplaudir com entusiasmo o grande artista das letras, o poeta, o romancista Elmar Carvalho que, por sua vez, agradeceu a gentileza e o carinho dos barrenses.

 

Para encerrar, quero parabenizar o dileto amigo Elmar Carvalho pela feliz iniciativa em produzir excelentes documentários sobre José de Freitas, Amarante, Barras do Marataoã, Parnaíba e Campo Maior (em edição), evidenciando os aspectos histórico e cultural, a topografia, a literatura, os vultos importantes, a arquitetura etc. das mencionadas cidades.

Fonte: https://poetaelmar.blogspot.com/