VIDA DE GETÚLIO VARGAS NUM FILME
No Brasil, ainda há poucos filmes como "Getúlio", que retrata a história política do país, e Tony Ramos acredita que "os produtores temem em gastar uma pequena fortuna" em longas que não faturam nas bilheterias. "Não existe a grande indústria do cinema brasileiro. Existe um cinema brasileiro de alta qualidade. Não pode achar que acontece num estalar de dedos".
Dirigido por João Jardim ("Pro dia nascer feliz", "Lixo extraordinário"), o longa começa com o atentado da rua Tonelero, 19 dias antes de Vargas cometer suicídio, quando ele começa a sofrer pressões para renunciar à presidência.
"Nesses dias, ele começou a se enfiar num silêncio absoluto, em que ele vai sendo surpreendido com as notícias, se sentindo traído em alguns momentos, se decepcionando, entrando em uma melancolia". Mesmo diante das ameaças contra o governo, Vargas decide se manter no poder e diz que os militares só levarão do Palácio do Catete o seu cadáver. "É um homem que tinha uma absoluta consciência do que ele estava falando", comenta o ator.
Drica Moraes, que vive Alzira, filha de Getúlio, diz que ler uma biografia escrita por ela sobre o pai a ajudou a entender essa relação de intimidade que eles tinham. "Ali, ela dá detalhes muito prosaicos e curiosos". O que atraiu Drica a fazer esse filme foi poder contar a história de amor da filha pelo pai e a pluralidade de gêneros que o roteiro dava conta. "Thriller político histórico, drama familiar, drama psicológico, tragédias humana e existencial, tudo isso tem lá", afirma.
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