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WILSON: INVESTIMENTOS COM MUDANÇAS DO PARADIGMA
A indústria de Bebidas Antarctica do Piauí S.A. instalou-se em 1983, produzindo cervejas e guaraná – projeto pioneiro nesta unidade federativa. Era, então, a maior indústria do Estado. Também primeira na geração de ICMS, perdendo apenas para a CEPISA. O empreendimento com esse nome não mais existe. A fusão do Antarctica com a Brahma, originou a AMBEV, a qual se tornou empresa transnacional, sendo a maior cervejaria do planeta. Foi dificílimo conseguir implantá-la. Tendo sido mais fácil convencer os diretores da CIA. Antarctica Paulista, holding do grupo, a implantarem o empreendimento no Piauí do que fazer compreender, às autoridades piauienses, especialmente o Chefe do Executivo Estadual, a receber o projeto do maior grupo cervejeiro nacional.
Mas, parece, que as mesmas dificuldades ainda permeiam as cabeças e as atitudes das autoridades piauienses. Porque, como em 1983, o mundo oficial decisório continua preocupado com o FPM, FPE e ICMS, além dos convênios celebrados com o Governo Federal, como sendo as principais fontes de ingresso de recursos nos cofres do erário público estadual. Enquanto o Piauí ainda espera pelas transferências constitucionais para alavancar alguns projetos, o que pouco acontece em termos reais, os Estados vizinhos Ceará, Maranhão, Pernambuco e Bahia recebem grandes investimentos públicos e privados, embora também assegurem esses recursos constitucionais. O único litoral que ainda não conseguiu realizar fortes investimentos foi o piauiense. Permanece inexplorado economicamente. A Paraíba, o Rio Grande do Norte, Alagoas e Sergipe, Estados com características econômicas, sociais e financeiras praticamente idênticas às do Piauí, desenvolveram os seus litorais com instalação de hotéis, parques de diversões, infraestrutura física e social adequadas ao recebimento de novos projetos e fluxo de turistas capazes de propiciar emprego e renda, com um movimento comercial e industrial permanentes dando visibilidade econômica e ajudando no equacionamento de problemas.
Embora, repita-se, a apreensão histórica com os recursos oriundos dessas transferências asseguradas na constituição, os problemas do Piauí, que ainda detém a atenção permanente do Chefe do Executivo, são a resolução do pagamento do servidor, a dívida pública, a previdência social, além da infraestrutura rodoviária para escoamento da produção, cujo estrangulamento é muito sério.
Entretanto, desenha-se, um norte para desgarrar-se desse triangulo histórico; o governador Wilson Martins (PSB), com sua forte ousadia e determinação quer refundir esse traço pernicioso tradicional, com a construção da Transnordestina, da Transcerrados, do Rodoanel (em Teresina), conclusão do Porto de Luis Correia, navegabilidade do Parnaíba, implantação e asfaltamento de diversas estradas na região dos cerrados – a maior área produtiva do Piauí –, concessão de incentivos a alguns grupos empresariais que estão se instalando na região produtora de grãos, notadamente Uruçui e Bom Jesus.
O Chefe do Executivo, embora haja recebido do antecessor, problemas gravíssimos de ordem administrativa e financeira (parcela deles por conta da crise de 2008), especialmente a expansão quintuplicada da Folha de Pagamento, procura redimensionar os investimentos públicos para algo mais produtivo que mude esse modelo viciado e ultrapassado de gerenciamento. Prioriza, portanto, uma administração de resultados com a extinção de um modelo contaminado e improdutivo que orientou o paradigma adotado pelos antecessores. Wilson fará a diferença.