Não obstante a longérrima nota do PT em defesa da candidatura ao governo do deputado Antônio José Medeiros, o vice-governador Wilson Martins, será o escolhido pela base governista. Justamente porque a nota desagrega e o governador Wellington não aceita esse mortal posicionamento. O comedimento de Wellington é louvável, embora em caravana na cidade de Picos, haja exagerado na dose, exaltando Medeiros. Se persistir nesse discurso, nem sequer candidato poderá ser, mas o PT também não obterá êxito, porque toda a base tanto poderá apoiar Wilson, num verdadeiro efeito dominó, quanto um candidato de oposição, que ainda não existe, porque Sílvio Mendes - o mais provável - não decidiu deixar a prefeitura de Teresina, para não entregá-la ao PTB e PRB do senador e empresário João Vicente Claudino, com quem anda estremecido.
     Evidente que Wilson fortalece diariamente sua candidatura, bem assim o senador João Vicente; porém, com mais moderação, certamente por orientação do pai, empresário João Claudino, devido aos fortíssimos interesses financeiros alojados nos cofres estaduais, com diversos contratos de empreitada.
     João Vicente e Wilson, ambos de base governista, destacam-se preponderantemente na sucessão. E é sobre eles dois que Wellington deverá decidir para contrariar os deputados Marcelo Castro (PMDB) e Antônio José Medeiros (PT). Wilson Martins quer queira ou não as pesquisas e certos segmentos de apoio aos demais postulantes, inclusive o poderoso empresário João Claudino, está com maior capilaridade, justamente por ser mais arrojado, determinado, trabalhador e mais antigo na política. Além disso é médico, com forte adesão do setor, que é grande formador de opinião.
     Wilson é ex-deputado estadual. A esposa é deputada e tem se destacado com o seu trabalho. Os deputados estaduais têm preferência por um cristão com passagem pela Assembléia Legislativa por conhecer melhor os meandros da política e falar a mesma linguagem; embora o candidato João Vicente seja senador e Marcelo e Antônio José deputados federais. Entretanto, aqui quero falar dos que estão com maior aceitação na opinião pública. E trabalham incansavelmente pelos seus objetivos - Wilson e João Vicente.
     Tenho dito e reassegurado que Wilson Martins detém posição privilegiada na sucessão porque assumirá o lugar de Wellington. O PT, embora a nota desagregacionista, não deterá a renúncia do governador em abril para concorrer ao Senado da República. O PT vai perder um senador? Nem sequer o presidente Lula quer isso. Se os demais postulantes ou partidos fizerem uma nota, a sucessão estará irremediavelmente chafurdada.
     Justamente por assumir a chefia do Poder Executivo do Piauí, com a adesão do governador, a irresigna-ção de parte do PT e o apoio da base é que Wilson será o ungido, conseqüentemente o governador eleito, mesmo com a eventual candidatura de Sílvio Mendes pela oposição, que permanece duvidosa perante a sociedade e os políticos.